Vítimas do desastre de Mariana são retratadas em outdoor em Brasília

São várias as funções da arte. Talvez, a principal delas seja retratar momentos históricos importantes para servir de reflexão. Guernica, de Pablo Picasso, é um exemplo. O quadro retratou o bombardeio à cidade que dá nome ao quadro durante a Guerra Civil Espanhola. Seguindo a mesma linha, a AlmapBBDO criou para a Panamericana Escola de Arte e Design a campanha A Arte Nunca Esquece.

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O trabalho tem como objetivo trazer de volta o debate público acerca da tragédia de Mariana (MG), que, na semana passada, completou seis meses. O rompimento da barragem de Bento Rodrigues, considerado o maior desastre ecológico da história do Brasil, mudou o cenário da pequena cidade mineira, além de ter deixado alguns mortos e famílias desabrigadas.

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A agência enviou o artista plástico – e ex-aluno da escola – Marcelo Tolentino para visitar a região coberta pela lama e conhecer as histórias de quem perdeu tudo no acidente. A lama que devastou a cidade foi transformada em arte sob a forma de retratos das vítimas de Mariana.  

Acompanhado do fotógrafo Alex Takaki, Marcelo conheceu as vítimas e coletou a lama que arrasou com o ecossistema local e com a vida dos habitantes de Mariana. Com este material, iniciou o processo de reproduzir o rosto de quem sentiu na pele os impactos do vazamento de lama. 

Para que a obra chegasse ao público certo, os retratos estão expostos nas ruas de Brasília, numa espécie de exposição a céu aberto, próxima ao Congresso Nacional. “Os deputados são um dos nossos principais públicos, pois queremos que eles trabalhem em prol das vítimas de Mariana”, diz André Gola, diretor de criação da AlmapBBDO.

Em relação à campanha, Gola falou sobre o que espera do trabalho. “Ele tem um forte impacto. Retratar as vítimas com a própria lama do desastre vai provocar uma reação nas pessoas”, afirma. “É um trabalho que tem um potencial enorme para as pessoas se engajarem”, complementa.