War room, produção in loco: a busca das agências pelo engajamento nas Olimpíadas
Squads multidisciplinares se debruçam sobre as redes sociais em busca de oportunidades para marcas durante os Jogos de Paris 2024
As Olimpíadas chegam nesta semana no seu sprint final. Para os atletas, a oportunidade de terminar a maior competição esportiva do mundo com uma medalha. Para as marcas, os últimos dias na busca pelo engajamento nas redes sociais, o 'ouro' do marketing digital.
A aposta das agências passa pelos núcleos multidisciplinares que trabalham para detectar oportunidades para ações nas redes. Uma dessas primeiras oportunidades veio de alguns reveses sofridos pelo Brasil diante do Japão: futebol, skate e surfe.
Netflix Brasil bloqueou a Netflix Japão. Duolingo bloqueou a Coruja nipônica. O Uber disse que não dava mais para os japoneses. E o Burger King falou que ia ter Whopper Sushi 'só de raiva'.
A WMcCann, por exemplo, montou um squad multidisciplinar para fazer o monitoramento de campanhas do Banco do Brasil, cliente e patrocinador das transmissões dos Jogos Olímpicos de Paris na TV Globo e da cobertura do projeto Paris é Brasa, da Play9.
No total, são 30 profissionais das áreas de negócio, projetos, mídia, conteúdo, BI, criação e produção. Patricia Andrade, VP-executiva e diretora-geral da WMcCann Brasília, explica que o projeto estrutura de ações, interações de influenciadores que precisam ser acompanhados diariamente.
“Usamos a metodologia para gerenciar as ações com dailys para acompanhamento. Fazemos isso junto com o cliente e parceiros, onde desenhamos uma estratégia com conteúdos específicos para cada canal de atuação”, disse.
Patricia afirma que, para o BB, ter uma forte presença no ambiente digital é essencial para alcançar novas audiências, rejuvenescer sua base, segmentar as conversar por interesse e comportamentos.
A estratégia da marca foi apostar em nomes como Fatima Bernardes; a dupla Igão e Mítico, do Podpah; e Tino Marcos, entre outros nomes, para criar um ambiente propício para abrir conversas com os futuros clientes do banco.
A Galeria.ag, por sua vez, tem um time dedicado a criar presença de marca nas redes sociais para Havaianas. Rafael Caldeira, diretor-executivo de criação da Galeria, diz que os esforços de profissionais de data, criação, mídia e produção são para responder na velocidade da cultura e dos acontecimentos.
"Com monitoramento de dados, conseguimos dimensionar o tamanho de cada conversa e identificar prioridades. Mas os insights nascem, na grande maioria das vezes, da nossa proximidade com comunidades e fandoms do esporte, escutando diretamente as conversas", explica.
In loco
Unidade de real time do A-Lab, empresa do Grupo Dreamers, o Now produz conteúdo em tempo real para as redes sociais de Havaianas e Tinder durante as Olimpíadas. Para isso, 12 profissionais viajaram a Paris para a criação de conteúdo, direto da fonte, para as duas marcas.
"Para Havaianas, acompanhamos o dia a dia da Sabrina Sato, embaixadora de Havaianas em Paris. As entregas contemplam conteúdos, como filmagens pelas ruas da capital francesa e visitas às lojas e ao espaço patrocinado pela marca na Casa Brasil", disse Ronaldo Fonseca, que é o CEO do A-Lab.
Já o Tinder promoveu duas festas exclusivas em Paris, na Casa Brasil, para mostrar suas funcionalidades e incentivar novas conexões entre os usuários. O objetivo da marca: aproveitar os Jogos para fomentar novas conexões.
Além de uma war room com 25 profissionais de diversas áreas, MGNT também conta com profissionais in loco na Cidade Luz. A agência, que é responsável pela conta da XP — patrocinadora do Comitê Olímpico Brasileiro —, está em território francês com executivos que acompanham, desde o início, as ações da XP na Casa Brasil.
"As marcas estão buscando produzir conteúdos de bastidores com atletas, interações em tempo real e coberturas que promovem o pré e pós competição, criando um senso de comunidade e engajamento com o público", explicou a CSO Flavia Campos da MGNT, que está em Paris.
(Crédito: Alexandre Loureiro/COB/Reprodução)