Desde que começou, a pandemia alterou para sempre os Eixos das nossas vidas: não mais se fala em “novo normal” porque a normalidade já não nos cabe mais. As transformações foram muitas e, principalmente, quando falamos da geografia do trabalho. O teletrabalho ou o home-office se tornou uma realidade para quem tem o privilégio de desempenhar suas funções de casa, mas o que parecia ser um símbolo de liberdade, se tornou um desafio complexo e ambíguo.

👉🏼 O balanço entre a vida pessoal e profissional das mulheres foi de 70% (pré- pandemia) para 33% (durante a pandemia).

👉🏼 O bem-estar mental feminino (incluindo níveis de estresse e ansiedade) foi de 68% (pré-pandemia) para 33% (durante a pandemia).

👉🏼 A habilidade de “desligar” delas depois do horário de trabalho foi de 63% (pré-pandemia) para 42% (durante a pandemia).

Fonte: *Dados do report “Women @ Work – A Global Outlook” da Deloitte, realizado com 5 mil mulheres em 10 países entre Novembro de 2020 e Março de 2021. 

Os dados indicam que a transição entre o mundo totalmente digital e físico foi tão abrupta que as consequências podem ser ainda maiores e a longo prazo, principalmente para as mulheres, que representam 40% de toda a força de trabalho a nível mundial.

Temos atravessado tempos complexos quando se tratam das esferas físicas e digitais das nossas vidas. Antes, o deslocamento tinha um papel fundamental na nossa organização física e mental. Mas hoje, os nossos futuros são híbridos, tanto quanto falamos de trabalho, quanto das nossas próprias identidades. O Meta-Me, por exemplo, diz respeito sobre a extensão da nossa presença digital como parte da nossa identidade real.

Impor limites saudáveis, portanto, permanece sendo uma das mais desafiadoras maneiras para nutrir uma relação saudável com o próprio trabalho, mas tudo ficou – ainda mais – complexo quando pensamos nas nossas visões nebulosas de futuro. Estudiosos e especialistas da área comportamental humana analisam que hoje, e mais do que nunca, os traumas norteiam a forma como fazemos nossas escolhas e decisões. 

“Cada um(a) tem passado por um processo único e próprio na pandemia – um luto coletivo direto ou indireto –, e a partir disso, temos investigado formas de desenvolver a resiliência. Não existe uma só pandemia, mas várias de acordo com as experiências de vida de cada um, por isso, encontrar o equilíbrio tem sido tão difícil.” comenta Kika

👉🏼 56% dos brasileiros têm muita ou média dificuldade para equilibrar as atividades profissionais e pessoais no teletrabalho. 

👉🏼 45,8% apresentaram um aumento da carga de trabalho após o isolamento. 

Fonte: Estudo realizado pelo Centro de Inovação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo FGV-EAESP, 2020.

Como nutrir então uma relação saudável com o trabalho? Yin Yang: quando a tensão é digital, só a reconexão física é capaz de equilibrar os chakras, restaurar a nossa saúde e criar espaços de descompressão.

Estudos científicos têm associado o contato com a natureza à elevação da sensação de bem-estar e ao desenvolvimento da criatividade. Portanto, num mundo em que a integração entre o digital e o físico – principalmente – no trabalho é ruidosa, a saída fértil pode ser “voltar” duas casas. “A organização das rotinas individuais e o alinhamento coletivo também proporcionam uma estabilidade para que a gente consiga cocriar em nuvem e em bando”, Kika

🌿 15% é a crescente da criatividade em trabalhadoras(es) que trabalham em lugares com natureza, sem falar outros tantos benefícios.

🌿 24% é o tanto que as dores de cabeça podem reduzir em um ambiente com plantas.

🌿 52% é a redução de irritação nos olhos de profissionais que trabalham numa sala com natureza.

Fonte: The Global Impact of Biophilic Design in the Workplace, 2015.

As pausas diárias são tão importantes que assumiram um papel de ritual na rotina de cada um. Encontrar a própria paz não tem sido tarefa fácil no turbilhão de incertezas que pairam no ar, é por isso que esses momentos têm uma função para além de nos organizar mentalmente: nos acalmam e reconectam o corpo físico, mental e emocional.

Kika Brandão é líder da Estúdio Eixo – empresa da B&Partners.co – uma consultoria criativa e estratégica formada por sete mulheres