Zap renova site e lança serviços
Após ser incorporado pelas Organizações Globo em 2013, o portal de imóveis Zap iniciou um projeto de R$ 100 milhões para redefinir o produto da companhia. O primeiro resultado desse aporte, que está sendo investido em partes até 2015, é o novo site do Zap, que será lançado em maio.
Além de um novo portal, a companhia, que faturou R$ 60 milhões no ano passado, irá entrar no negócio de home facilities e se prepara para capacitar corretores brasileiros – uma tentativa de melhorar o ecossistema imobiliário na internet e fazer esse setor crescer.
Os lançamentos estão embutidos no novo site. O projeto é resultado de uma pesquisa de oito meses com consumidores brasileiros e após testes de usabilidade com os usuários, envolvendo técnicas como eye-tracking, para criar uma nova interface para o portal.
As mudanças são para ajudar o usuário a encurtar o caminho até o imóvel perfeito. Para isso, a companhia teve o auxílio da Blink, empresa norte-americana especializada em design e em experiência do usuário, com projetos assinados para clientes como Amazon e PayPal.
As melhorias incluem filtros de pesquisa comportamentais para incluir dados além do número de quartos e área construída. Os usuários poderão procurar imóveis próximos a parques e considerar dados como disponibilidade de transporte público. “Todo o back-end, a parte invisível, foi reformulado”, explica Eduardo Schaeffer, diretor-geral do Zap Imóveis. “Queremos eliminar a necessidade de o consumidor deslocar-se fisicamente para checar todos os imóveis”, diz.
O novo portal também incorporou conceitos de compartilhamento e de wishlist para ajudar o usuário a gerir as ofertas. “Um fluxo comum era as pessoas copiarem a URL do imóvel em que elas estavam interessadas e enviar isso por email. Criamos uma ferramenta para ajudar a organizar isso, para que os usuários possam compartilhar esses imóveis de forma mais organizada”, explica o executivo.
Mobile
O mobile também ganhou atenção. “Ele nos forçou a refazer toda a estrutura do site”, aponta. O motivo é o crescimento exponencial das visitas originadas de dispositivos móveis.
Em maio de 2013, 5% da audiência do site vinham de smartphones e tablets, número que saltou para 25% em março deste ano. Mesmo que represente um quarto dos visitantes, hoje em 3,8 milhões de usuários únicos por mês, o número é considerado expressivo pela companhia. “A questão é que essa audiência é muito mais qualificada. Ela não representa apenas um quarto da audiência”, ressalta.
A projeção do acesso mobile fez a companhia repensar a organização da equipe. “Abraçamos isso de tal maneira que, em agosto, metade do nosso time de desenvolvedores estará atuando em mobile”, antecipa. Hoje há 50 pessoas cuidando de desenvolvimento de produto.
Lançamentos
A divisão de home facilities chama-se Zap Serviços. Com a plataforma, que também entra no ar em maio, a empresa irá oferecer uma espécie de “páginas amarelas” para serviços domésticos. Ela irá disponibilizar os contatos de encanadores, pintores, zeladores, carpinteiros, serralheiros, entre outros, coletados a partir de recomendações de usuários do portal nos últimos meses.
Os visitantes do site não pagam nada para usar o serviço. A cobrança é dos profissionais que anunciam na plataforma. O Zap afirma que checa os CPFs de todas as pessoas físicas e o CNPJ de todas as empresas que anunciam no site.
Para tentar conter o amadorismo no setor, a empresa oferecerá, a partir de junho, cursos de capacitação a corretores e a pessoas físicas que anunciam no Zap. Os temas vão desde como publicar uma oferta na internet a gestão de clientes, com dicas sobre CRM. Para o Zap, o treinamento tem sentido estratégico: ofertas melhor publicadas impactam diretamente a receita.
A companhia, que cresceu 40% em receita ano sobre ano desde 2012, fatura principalmente com anúncios pagos por imobiliárias e corretores (hoje responsáveis por 95% de seu faturamento), mas há também anúncios publicados por consumidores interessados em alugar imóveis, esses sem qualquer formação técnica sobre negócios imobiliários. “Se aumentamos a velocidade da venda, isso atrai corretores melhores e novas ofertas”, diz Schaeffer. “Há muito amadorismo no setor imobiliário. Estamos tentando equacionar esse problema”, explica.