Zohar abre escritório em São Paulo

A Zohar acaba de anunciar a abertura de um escritório em São Paulo e um novo parceiro no mercado local: o produtor Nívio Alves de Souza, que trabalhou durante muitos anos na área de RTVC da DM9DDB. A produtora tem alma carioca – e francesa –, mas sempre trabalhou fortemente para o mercado paulistano, construindo sua história em diversos mercados ao mesmo tempo. Fundada por Isabelle Tanugi, a Zohar participou de praticamente todos os momentos mais gloriosos da história da propaganda brasileira e certamente alguns dos mais importantes da produção cinematográfica mundial. Ela e seu sócio Carlos Paiva perderam a conta dos grandes trabalhos que a produtora realizou ao longo dos últimos 25 anos.

 

São da Zohar sete das grandes produções que a DPZ criou para os cigarros Hollywood entre os anos 1980 e 90. Foi a Zohar que trouxe a produção estrangeira para o país – inviabilizada pelo Plano Collor – e produziu muitos trabalhos brasileiros no exterior. “Gostamos de produzir, de nos envolver na criação e no desenvolvimento do trabalho. Isso fez nossa força até hoje e nos deu personalidade. Gostamos de rua. É raríssimo fazermos algo em estúdio”, diz Isabelle.

Em 1988, Isabelle levou o Brasil para a França com o comercial para Schweppes que usava a trilha “Essa moça tá diferente”, de Chico Buarque. O filme virou hit na França numa época em que o Brasil não estava nem um pouco na moda internacionalmente. Em 1989, coproduzir o comercial francês para o perfume masculino Egoiste, de Chanel, foi um grande marco. “Naquela época, as pessoas visitavam set de filmagem, era uma coisa extraordinária”, relembra ela.

A produtora também se especializou nos filmes de beleza de L’Oréal (Garnier), cliente há muitos anos. Em 2004, a Zohar conquistou um Grand Prix de Film no Cannes Lions com coprodução do comercial “Montanha”, criado pela TBWA de Londres para Sony PlayStation 2. Em 2009, a Zohar produziu o filme “WaterSlide”, da BBH para BarclayCard. Em 2012, outra grande produção: o filme “Rock Giant”, da NeogamaBBH para Johnnie Walker (Diageo). No ano passado, a produtora ganhou um Leão de bronze com o filme “Gatorrada”,  da Ogilvy para Flying Horse. A Zohar também assina diversas produções voltadas para o mercado de cinema – cuidou, por exemplo, das filmagens da série “Crepúsculo” no Brasil e do filme “Incrível Hulk”. “O curioso é que há tempos produzimos tudo no Brasil, mas nossos trabalhos têm cara internacional. Muita gente pensa que filmamos lá fora o tempo todo, mas tudo é feito aqui”, conta Isabelle.

Hoje, a Zohar tem em seu casting de diretores as duplas 300ml e Tomat (esta composta por Tomas Salles e Mateus Araújo), os Hermanos Puenzo, Marcus Nispel, Hugh Johnson e Sean Thonson; e continua parceira de algumas das mais premiadas empresas de produção audiovisual publicitária do mundo, como MJZ, Gorgeous, Academy, Park Pictures, The Sweetshop, @radical.media, Nexus, Hachiko Films e Concreto Films, entre outras. A parceria com Ricardo Van Steen, que durou mais de dez anos, rendeu grandes produções.

Um dos trabalhos recentes da produtora  é o filme “Vintage Store”, criado pela Africa para Budweiser, que teve Will.i.am como protagonista e foi dirigido pela premiada dupla Tomat. A dupla passou oito anos em Nova York, onde trabalhou em empresas como PSYOP/ Massmarket, NY BUCK, Artjail e The Mill. No ano passado, foi escolhida para representar o Brasil no Showcase da América Latina do Young Directors Awards, em Cannes. E acabaram sendo escolhidos como “melhores diretores” do mundo no Young Directors Showcase.

Já a dupla 300ml – que mantém sua identidade secreta – tem sido a mais requisitada no exterior atualmente e dirigiu os filmes que apresentaram o novo conceito de marca da Stella Artois para todo o mundo, com estreia global no intervalo do Oscar. A dupla também dirigiu o mais recente filme global de Rexona Men Aquashield, criado pela Ponce Buenos Aires e filmado no Uruguai.

Em breve, a Zohar anunciará uma nova empresa, voltada para produção de conteúdo (inclusive branded content), em especial para televisão. “Não queremos ser uma fábrica de conteúdo. Queremos continuar lendo roteiros, discutindo-os. Nossa intenção não é crescer muito”, conclui Isabelle.