Entrei na empresa, comecei a conhecê-la e me apaixonei pelos benefícios que o produto pode trazer para a vida das famílias brasileiras

A administradora de consórcios paranaense Ademicon saiu da comunicação regional para a nacional em 2022, quando entrou no ‘Big Brother Brasil’, da TV Globo. A decisão ajudou a despontar a marca, que comercializou R$ 18,6 bilhões em créditos em 2023, alta de 54% em relação ao ano anterior. A expectativa é de que o budget de marketing supere R$ 72 milhões em 2024. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), o setor movimentou R$ 316,7 bilhões em crédito no ano passado, avanço de 25,6%. Um estudo da Kantar mostra que 68% das 1,6 mil pessoas entrevistadas na ‘Pesquisa consórcios no Brasil’ pretendem adquirir um consórcio em 2024. “Queremos democratizar o acesso ao crédito”, diz a CEO Tatiana Schuchovsky Reinchmann, que na entrevista a seguir fala sobre a origem e o plano de expansão da empresa.

Tatiana Schuchovsky Reinchmann, CEO da Ademicon: maior administradora independente do Brasil (Divulgação)

Qual é a origem da Ademicon?
A Ademicon nasceu como uma administradora de consórcio de imóveis, a Ademilar, no Paraná, em 1991, com 36 sócios. O meu pai, Raul Schuchovsky, foi um dos fundadores. Ele tinha 7% de participação. O curioso é que a holding da Ademilar sempre foi a Ademicon. Em 1996, a Ademilar foi posta à venda, para ter um único dono. Na época, tinha quatro funcionários, era uma empresa pequena, mas que poderia crescer. E foi aí que, na visão da família, fez sentido adquirir a totalidade da empresa. O meu pai, então, se propôs a comprá-la. Nesse mesmo ano, eu entrei na empresa, comecei a conhecê-la e me apaixonei pelos benefícios que o produto pode trazer para a vida das famílias brasileiras. Fomos o primeiro consórcio de imóveis do Brasil. Estávamos aprendendo.

Quando veio o olhar para a mídia?
Em 1996, sentimos a necessidade de contar aos brasileiros sobre a existência de consórcios de imóveis. Começamos por Curitiba (PR) e fomos crescendo. Um cliente foi chamando outro, as áreas se expandiram e foram atraindo mais funcionários. Em meados de 2000, a empresa já era mais conhecida localmente, com um volume maior de vendas. Trabalhávamos com representantes comerciais e percebemos o quanto era difícil para eles manter a exclusividade. Começamos a estudar o que poderia ser feito para melhorar esse cenário. Em 2016, criamos uma forma diferente de distribuir o produto consórcio. Utilizamos o licenciamento de marca, o que foi uma grande virada de chave porque transformamos vendedores de consórcios em empresários, com as suas próprias lojas e equipes. Assim, entramos em Santa Catarina, Paraná e São Paulo, ainda que timidamente.

Como foi o processo de expansão?
Em 2020, resolvemos fazer uma fusão com outra empresa especializada em consórcios de veículos leves e pesados, a Conseg, que já tinha 30 anos de atuação. Ela trouxe New Holland, Iveco, Librelato e Mitsubishi, entre outras marcas de peso, administradas por meio do consortium as a service (Caas), como chamamos. Juntamos todo esse know-how e criamos a Ademicon que, por destino, já existia. Ganhamos governança. Passamos com louvor por diligência para entrar com a sociedade. Não tínhamos uma governança estruturada porque a empresa era familiar. Com essa soma, nos tornamos a maior administradora independente do Brasil e passamos a considerar outros produtos, como o consórcio de serviços, home equity, car equity, cota equity. Compramos a carteira de clientes do consórcio Vemar e estudamos outras oportunidades.

Leia a íntegra da entrevista na edição impressa de 29 de abril.