Recentemente, tive a oportunidade de assistir a um filme que retrata a história fascinante de Coco Chanel antes da fama e do glamour que a tornou uma figura icônica no mundo da moda.

Embora não seja um filme novo ou amplamente discutido nas conversas sobre os  indicados ao Oscar, ainda assim deixou uma reflexão em mim. Como uma mulher que cresceu em condições tão adversas, vinda de uma infância marcada pela pobreza e criada em um orfanato, conseguiu transcender as limitações de sua época e transformar o comportamento de toda uma geração?

É admirável perceber como, ao longo de sua jornada, Coco Chanel encontrou uma rede de apoio essencial.

Surgiram pessoas que acreditaram em seu talento e a incentivaram a seguir adiante, mesmo enfrentando as maiores dificuldades.

Se olharmos atentamente para nosso dia a dia, quantos outros exemplos inspiradores encontraremos? Acredito que muitos!

E é aqui que quero chegar. Mesmo com todo o avanço da tecnologia, especialmente com a crescente presença da inteligência artificial em nossas vidas, é curioso notar como as tendências atuais muitas vezes exploram a solidão e a autossuficiência (e haja ansiedade). No entanto, nada pode substituir a força e o poder do apoio humano genuíno, da crença inabalável de alguém em nosso potencial.

O talento, por mais extraordinário que seja, precisa do coletivo. Necessita do apoio mútuo e do empurrão amigo para florescer. Essa ideia ressoa profundamente em mim, pois me lembra de um momento delicado em minha carreira. Após sair de uma grande agência de publicidade, me vi diante da incerteza e do desgaste emocional. Foi aí que decidi buscar auxílio com algumas amigas do mercado, e juntas resolvemos empreender uma jornada de apoio mútuo e colaboração.

O que começou como uma tentativa de buscar independência profissional se transformou em uma fonte de cura e fortalecimento.

Todos os dias compartilhamos experiências, sonhos e nos apoiamos mutuamente, encontrando força nas “Coletivas”, esse é o nome do grupo. Força para superar os desafios e celebrar as conquistas.

Ao olhar para trás, percebo que não apenas revolucionamos nossas carreiras, mas também transformamos nossas vidas. Em um mundo isolado e individualista, penso que é na conexão genuína com outras pessoas que encontramos a verdadeira realização e crescimento pessoal.

Esse texto é para vocês, Coletivas, que me inspiram tanto!

Enquanto a tecnologia e as estratégias desempenham um papel crucial em nossas jornadas, é a conexão genuína e a solidariedade que nos impulsionam verdadeiramente para novos horizontes. Vamos honrar e valorizar esses laços preciosos, pois, afinal, são as pessoas ao nosso redor que enriquecem e transformam nossa jornada de vida.

Marcela Morais é diretora de estratégia da Moringa