Tema da vez em todos os eventos sobre inovação, os debates sobre inteligência artificial generativa estão longe de se esgotar. A segunda edição do Web Summit Rio, realizada no Rio de Janeiro na última semana, confirmou a onipresença da IA nas discussões, assim como o Think with Google, principal evento sobre tendências de negócios da big tech que ocorreu em São Paulo, na mesma semana.

Os desafios impostos pela IA vieram para ficar e são inúmeros, entre eles, a ameaça de eliminação de empregos, questões nebulosas como o direito à propriedade intelectual e a tendência da tecnologia a vieses, bem como o uso da inteligência artificial para espalhar fake news.

A disrupção provocada pela IA não tem precedentes na história da humanidade. Com a proximidade das eleições municipais no Brasil, no próximo mês de outubro, por exemplo, o receio é de que a tecnologia seja utilizada exatamente para espalhar notícias falsas em um cenário ainda carente de leis e regulamentações. O mesmo temor ocorre em outros países do mundo que realizam pleito neste ano, como nos Estados Unidos, que terão eleições presidenciais.

Greg Williams, deputy global editorial director da Wired, chamou a atenção para a desinformação provocada por deep fake, que utiliza imagens manipuladas e distribuídas rapidamente. “O cenário provoca a perda da confiança na democracia, com alguns candidatos que não estão dispostos a seguir regras”, disse Williams, que participou do painel ‘The ultimate election year: What’s at stake?’.

Uma das palestrantes do Web Summit, Luiza Helena Trajano alertou sobre conteúdos que podem prejudicar as pessoas. Recentemente, a empresária foi vítima de um vídeo inverídico em que anunciava ofertas nas lojas. Para Luiza, o Brasil é um país digitalizado e o que falta é acesso a soluções que as pessoas ainda desconhecem. Luiza participou do painel ‘Digital first: The new Brazilian economy’, ao lado de Mate Pencz, cofundador e CEO da Loft, e Rodrigo Marques, vice-presidente de estratégia e gestão operacional da Claro.

Sempre lembrada como uma das grandes vantagens da tecnologia, ao lado do aumento da produtividade, a capacidade da IA de processar dados em alta escala também terá novos saltos. “Está no começo, mas vai se potencializar de uma hora para a outra. Mesmo assim, demanda cuidado para minimizar riscos”, falou o CSO da Claro.

Segundo especialistas, o que também está só no começo é a onda de investimentos na tecnologia. “Ainda virão anos de evolução. Fizemos o nosso primeiro aporte em 2023, e os resultados chegam rápido. Essa é a hora de investir. Pesquisas e desenvolvimento vão acelerar a expansão das empresas”, analisou Tamara Steffens, managing director da Thomson Reuters Ventures.

No Think with Google, o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, disse que o objetivo da empresa é ajudar a tornar o hype em help para os clientes. Segundo ele, esse é um momento de oportunidade para as marcas e os negócios, lembrando o papel do marketing como impulsionador. “A IA é um grande facilitador para entender mais os negócios, mas o que ela não pode fazer é pensar a estratégia, a essência do marketing, do negócio, ela não substitui os profissionais nesse processo.”

O executivo também participou do Web Summit e garantiu que a big tech está comprometida com a construção de um ambiente digital saudável.

Ano da Africa
O Prêmio Colunistas Brasil 2023 consagrou a Africa Creative como a Agência do Ano - a empresa conquistou o mesmo título na regional São Paulo. O júri também elegeu seus copresidentes, Márcio Santoro e Sergio Gordilho, como os Publicitários do Ano. Ambos fizeram declarações sobre como o ano foi especial para a agência, uma das brasileiras mais premiadas no Cannes Lions e em várias outras premiações.

Frase: “As grandes agências de publicidade brasileiras sempre foram lideradas por grandes duplas... Sempre o sucesso veio de um modelo mais de ‘nós’ do que ‘eus’”. (Sergio Gordilho, copresidente e CCO da Africa Creative).

Armando Ferrentini é publisher do propmark