10 campanhas que mesclam propaganda e arte
“Você verá por que 1984 não será como ‘1984’”
“Temos a arte para não morrer da verdade”. A frase do filósofo alemão Friedrich Nietzsche sintetiza boa parte da relação entre propaganda e arte.
Afinal, a publicidade vende um ideal de marca. Um comercial de cerveja, com raras exceções, não foca no alcoolismo, o filme de um automóvel não menciona mortes no trânsito, o anúncio de um cosmético não cita os testes do produto em cobaias, entre outros exemplos.
A propaganda é mágica e transforma. Tanto que, muitas vezes, se confunde com a própria arte. Os títulos de David Ogilvy podem ser considerados literatura? A música de Jarbas Agnelli serve apenas para publicidade? A Fearless Girl não é digna de um museu? O dom cênico de Carlinhos Moreno e as danças de Sebastian não ultrapassam o universo da propaganda? Os traços do saudoso Francesc Petit não são merecedores de uma exposição? E o que dizer da direção de um Fernando Meirelles?
Todos os nomes supracitados fazem ou fizeram o universo da propaganda se expandir. São profissionais que conseguiram criar uma linha tênue entre arte e publicidade.
Por isso, PROPMARK relembra abaixo 10 campanhas que são dignas da pergunta: isso é arte ou publicidade?
Agência: Fischer & Justus
Cliente: Brahma
História: Em 1991, Tom Jobim, um dos gênios da música brasileira, dividiu a tela com o poeta Vinicius de Moraes, já falecido à época. Graças aos efeitos especiais e o trabalho criativo, o filme que mescla poesia e música se tornou clássico e emocionou os brasileiros.
Agência: Lowe
Cliente: Stella Artois
História: Com uma das trilhas mais belas da história da propaganda, este filme de Stella Artois é quase um curta-metragem sobre o poder da bebida. Um clássico belo e efetivo.
Agência: DMB&B
Cliente: Royal Mail (serviço de correio do Reino Unido)
História: Quer saber como a direção de arte pode criar um clássico? Veja o filme abaixo:
Agência: BBH London
Cliente: Levi’s
História: A odisseia de Levi’s embalada pelo clássico Sarabande, de Georg Friedrich Händel.
Agência: Deck
Cliente: Phebo
História: O amor materno, a inocência infantil e o poder de um produto. Tudo ao som de Billie Holiday e da bela “I’ll Never Be the Same”. A direção ficou por conta do sempre competente Joao Daniel Tikhomiroff. Seria veiculado hoje em dia?
Agência: TBWAMedia Arts Lab
Cliente: Apple
História: A obra-prima mais recente da empresa da maçã, encabeçada pelo diretor Spike Jonze e estrelada pela cantora FKA Twigs.
Agência: Fabrica
Cliente: Benetton
História: “A publicidade é um cadáver que nos sorri”. A frase do polêmico fotógrafo Oliviero Toscani representa bem sua obra para a marca Benetton. Provocativas, suas peças fizeram o público pensar e são estudadas até hoje. Alguns amam, outros odeiam. O certo é que o trabalho de Toscani marcou época.
Agência: W/GGK
Cliente: Staroup
História: O filme “Passeata” é um dos clássicos da propaganda nacional. Uma das obras primas assinadas pelo gênio Washington Olivetto. Aqui, o criativo utiliza a repressão para vender.
Agência: AlmapBBDO
Cliente: Getty Images
História: A Almap é craque na arte de contar uma boa história. No filme abaixo, a agência fez isso apenas com fotos de banco de imagem. Um trabalho premiado que gerou diversos “filhos“.
Agência: Chiat/Day
Cliente: Apple
História: Um clássico da Apple dirigido por Ridley Scott. Considerado por muitos o melhor comercial da História. Não é todo dia que um filme publicitário muda o mundo da propaganda, da tecnologia e também do Super Bowl.
Desde então, as marcas seguem tentando criar o seu próprio “1984”.