COB reestrutura acordos com marcas visando Jogos em 2021
A notícia inédita sobre o adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 em março deste ano diante da pandemia da Covid-19 exigiu reestruturação rápida dos comitês locais mundo afora. Como departamento estratégico e coração financeiro das entidades responsáveis por levar suas delegações ao Japão, o marketing teve reflexos significativos principalmente com a revisão de contratos de patrocínios, prazos para entregas comerciais e ainda conflitos com as novas marcas do programa Top 10 do Comitê Olímpico Internacional (COI) de patrocinadores globais. Esse tem sido o cenário do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que de lá para cá tem reorganizado a casa com foco em 2021.
“Eu sempre brinco com a minha equipe que o adiamento dos Jogos Olímpicos é a última página do manual de crise do Comitê dos Jogos. Ninguém imaginava que isso pudesse ser real, a gente sempre trabalha com diversos cenários quando faz o planejamento dos eventos. É uma questão muito complexa, mas ainda assim foi a melhor solução. O COB foi um dos primeiros comitês nacionais a se manifestarem a favor ao adiamento”, lembra Manoela Penna, diretora de comunicação e marketing do COB.
A pouco menos de quatro meses para o evento, quando veio o anúncio, a entidade precisou segurar as contas, rever contratos com fornecedores, patrocinadores e cronograma de eventos. Tanto no Brasil quanto no Japão estavam previstas diversas ativações, como fan fests em São Paulo e Brasília, a exemplo do evento feito no bairro da Liberdade com a contagem regressiva de um ano para a competição.
Com a pandemia e o isolamento social, a preocupação do marketing se tornou não apenas redesenhar o planejamento para 2021, mas também continuar ativando a marca Time Brasil. A ideia é mantê-la atraente e engajada para torcedores e possíveis parceiros comerciais. “Já negociamos com os nossos patrocinadores todas as entregas para o ano que vem, mesmo não tendo mais contrato vigente. Então, Estácio, Travel Ace, Ajinomoto, BRW, todos os que entraram conosco neste ciclo para entregas específicas em Tóquio vão ter entregas deslocadas para o ano que vem sem nenhum acréscimo financeiro”, destaca a executiva.
“Ao mesmo tempo, a gente precisa renovar com eles o próximo ciclo, então, estamos em um trabalho duplo de conversar e tranquilizá-los quanto às entregas de 2021 e também sensibilizá-los quanto à parceria com o COB para a renovação”. Com os atletas em casa cumprindo as determinações de afastamento social, o COB tem encontrado novos pontos de contato e de conteúdo.
As populares lives nas redes sociais foram adotadas com atletas e profissionais do comitê, como psicólogos, como forma de orientar as pessoas e dar apoio sobre questões ligadas à pandemia. Parcerias estratégicas, como a da Mauricio de Sousa Produções também tem sido uma forma de sensibilizar as pessoas sobre cuidados com saúde e prevenção. Na semana passada, o COB lançou ainda dois cadernos de atividades infantis em que Ginga, o mascote oficial, estimula que os pequenos conheçam as modalidades olímpicas, ao mesmo tempo que se divertem em casa.
Segundo Manoela, o momento é de replanejar a missão Tóquio 2020, mas também da certeza que as melhores decisões estão sendo tomadas. “Os Jogos vão ter um papel muito importante, por mais que o cenário pós-pandemia seja incerto. Eles terão um papel de olimpismo, união, celebração e confraternização”.