Conar abre processo contra campanha do governo “Gente boa também mata”

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária abriu formalmente nesta terça-feira (10) processo contra o Ministério dos Transportes e agência Link pela veiculação da campanha “Gente boa também mata”. As partes envolvidas receberão dentro de três dias comunicação registrada sobre a abertura e terão cinco dias úteis a partir da data de recebimento do documento para enviarem por escrito sua defesa.

O processo diz respeito a apenas parte da campanha, veiculada desde o final de dezembro na internet e em mídia exterior. A entidade julgará somente os dois vídeos da campanha, atendendo a argumentação do Ministério dos Transportes de que as peças de OOH foram retiradas de circulação.

Paineis de OOH não serão julgados no processo

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Conar ressalta que o julgamento está previsto para aproximadamente quarenta dias a partir de hoje, mas lembra que a simples abertura não significa a condenação dos envolvidos, podendo haver pelo menos quatro cenários: arquivamento da denúncia; recomendação de alteração nas peças julgadas; suspensão integral dos anúncios ou ainda advertência ao anunciante por postura inadequada, sem que as peças sejam suspensas.

Passado o prazo da defesa, haverá reunião dos conselheiros da entidade. Nesta mesma data, caso seja de interesse do governo e da agência, haverá espaço para argumentação presencial. Ao final da sessão, o relator do processo comunicará a decisão final do caso, também publicada no site da entidade no mesmo dia.

A criação e produção de “Gente boa também mata” é da agência nova/sb em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), que não foram inclusas no processo. As peças tinham objetivo de alertar a população de que mesmo cidadãos modelos podem cometer infrações graves de trânsito e até mesmo causar mortes, mas dividiu opiniões nas redes sociais. Após acusações de racismo e até crueldade contra animais, o governo antecipou a segunda fase da campanha, retirando as peças que geraram polêmica.