Conar vai julgar coaching em novela "O Outro Lado do Paraíso"
O coaching abordado em merchandising veiculado na novela “O Outro Lado do Paraíso”, da Globo, rendeu diversas denúncias no Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).
O õrgão de autorregulamentação do mercado confirma que abriu representação a partir de uma primeira reclamação, que alegava confusão entre a atividade de coaching e de psicoterapia, uma vez que as cenas causaram o entendimento de que o coach pode garantir resultados a um trauma psicológico por meio de hipnose. Após essa representação, outras dez denúncias foram recebidas, totalizando 11 até o momento. O processo ético referente à ação é o de número 55/18.
Na novela, Laura (interpretada pela atriz Bella Piero) sofre abusos do padrasto, Vinicius (Flávio Tolezani), durante a infância. Ao longo da história, Clara (Bianca Bin) procura sua irmã, Adriana (Julia Dalavia), para saber sobre seu conhecimento de coaching e de que forma ela poderia ajudar Laura a vencer esse trauma. Adriana se dispôs a ajudar a vítima por meio da hipnose que a levou ao passado, que seria parte do processo do coaching.
Novela teve cenas que explicam técnicas de coach
O merchandising foi exibido no dia 2 de fevereiro. O anunciante em questão foi o IBC (Instituto Brasileiro de Coaching), de José Roberto Marques. Uma das cenas que descreve o coaching teve quase três minutos de duração, mas o assunto continuou sendo tratado em outros capítulos.
“Coach é o profissional que aplica o coaching e não a metodologia em si. No entanto, o principal problema está na afirmação de que o processo pode utilizar a hipnose”, afirmou o presidente da SLAC (Sociedade Latino Americana de Coaching), Sulivan França, em carta datada de 18 de janeiro.
“O coaching é um processo de planejamento estratégico do indivíduo para que ele possa sair de onde está no presente e chegar aos objetivos que quer alcançar no futuro, sem falar, em momento algum, de passado ou utilizar qualquer técnica como a hipnose. Em nenhum momento, está ligado ao passado”, explica.
Além dele, o Conselho Federal de Psicologia se posicionou contra a situação.
Ainda não há informações sobre quando as denúncias serão julgadas. Uma das cenas pode ser vista aqui.
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