Na última segunda-feira (21), o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu representação ética contra a sua própria campanha publicitária. Em exibição há duas semanas, as peças assinadas pela AlmapBBDO reforçam o papel do órgão de analisar e separar o que é gosto pessoal de conteúdos ofensivos e ilegais na propaganda brasileira.

A representação foi aberta após queixas de uma dezena de consumidores, que reclamaram que as peças publicitárias desmerecem movimentos por mais respeito à diversidade social. Além dos vídeos, a campanha tem anúncios em mídia impressa e rádio.

Um relator está sendo designado para a representação, mas só as partes envolvidas ficam sabendo quem é o responsável. A direção do Conar e da AlmapBBDO, agência responsável pela campanha, terão prazo regimental para apresentar defesa, a partir da qual o relator elaborará o seu voto. O julgamento deve ocorrer no final de setembro em uma das reuniões já agendadas pelo órgão (25, 27 ou 29 de setembro).

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a campanha continua no ar até o julgamento. Se não houver liminar para sustação da mesma, ela segue normalmente em exibição. Caso haja recomendação para alteração, a campanha sai do ar para fazer as modificações. Em casos semelhantes, o Conar não tem histórico de repressão e costuma ter um olhar liberal e “entendimento mais largo” do humor e ironia.

Essa não é a primeira vez que o órgão vai julgar uma campanha da casa. Em 2002 (227/02) e 2014 (081/14) houve duas representações contra campanhas do próprio Conar. As duas foram arquivadas. 

Leia mais:

Conar mostra diferenças entre gosto pessoal e ofensa 

Mais de 300 processos foram abertos pelo Conar em 2016