E o Brasil? Netflix avalia entrar na briga pela Fórmula 1 nos Estados Unidos

Especialistas dizem ser grande a chance de a plataforma, num período não muito longo, ganhar outros mercados

A Netflix avalia as possibilidades de entrar na disputa pelos direitos de transmissão da Fórmula 1 nos Estados Unidos a partir da temporada do ano que vem. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters.

Atualmente, a detentora oficial no país é a ESPN, mas o contrato vai apenas até dezembro deste ano.

Não é de hoje que a Netflix vem estreitando suas relações com o esporte. O último trimestre de 2024, por exemplo, registrou um recorde de 18,9 milhões de novos assinantes, e com uma receita de US$ 10,2 bilhões, um crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2023.

Um dos conteúdos que mais puxaram a audiência foram as transmissões esportivas, responsáveis por impulsionar o boom de novas assinaturas.

Só em 2024 o streaming transmitiu a luta entre Mike Tyson e Jake Paul, a partida entre Rafael Nadal e Carlos Alcaraz e os jogos de Natal da NFL, além de outras competições, como um torneio de golfe entre atletas profissionais e pilotos de F-1.

O desejo de conseguir os direitos de exibição da F1 nos Estados Unidos também tem a ver com uma das principais produções da plataforma, a série documental 'Drive to Survive', que conta os bastidores das provas, pilotos e escuderias, e que no início de março chega a 7a temporada.

Professor de marketing esportivo pela ESPM, Ivan Martinho diz que é natural que o interesse da Netflix na F1 evolua, tempo depois, para o mercado brasileiro. “É natural que haja o interesse pelo mercado brasileiro, sobretudo com a presença de um piloto da nacionalidade no grid, porém é necessário observar que no Brasil,  canais de TV aberta são concorrentes por esses direitos e isso os tornaria mais caros”, disse.

Fábio Wolff diz que transmitir a Fórmula 1 nos Estados Unidos seria um teste que a Netflix estaria fazendo para ganhar outros mercados. "Se der certo, vai atrás da Fórmula 1 em outras praças, e disputar espaço com a Netflix é sempre indigesto para os concorrentes. Pela força pela força financeira, pela tecnologia, e por realmente ser uma love brand do mercado"", destacou.

Para Renê Salviano, CEO da Heatmap, o Brasil é um mercado potencial para o automobilismo como um todo, em especial, para a F1. "Como esse mercado é escalável, e neste caso o acesso aos dados é obrigatório, e faz parte do desenho de estratégia de expansão, com certeza o nosso país é um dos focos para a Netflix".

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