Ei você, que tal me adicionar aos favoritos?
O Instagram, a principal plataforma usada por criadores de conteúdo, embora já em disputa acirrada com o TikTok, anunciou mudanças recentemente que dão maior controle aos usuários sobre o modo de navegação e aperfeiçoam a experiência na plataforma. Essa atualização é bastante favorável aos nanoinfluenciadores e ao marketing boca a boca. Explico por quê:
Além da possibilidade de visualização da home como já acontece hoje, em que os algoritmos da plataforma ordenam os conteúdos apresentados de acordo com as interações feitas pelo usuário, há duas novas possiblidades de configuração: a seguindo (following) e a favoritos.
Em “seguindo”, há uma retomada para os primeiros anos da plataforma em que as publicações apareciam de forma cronológica, independente do grau de interação entre os usuários. Já na configuração “favoritos”, o usuário pode escolher até 50 perfis para adicionar a uma lista e ver os posts mais recentes deles. No próprio site do Instagram tem um post sobre essas mudanças que são significativas e perceptíveis para o usuário.
Por que essa mudança favorece nanoinfluenciadores?
Sabemos que uma das características dos nanoinflenciadores é a proximidade com as suas audiências. Pela minha experiência com os insiders, sei também que são pessoas que publicam frequentemente. Esses aspectos me levam a crer que com essa mudança e possibilidade de ter um feed mais personalizado, muitos nanoinfluenciadores têm chances de entrar nessas listas de seguindo e favoritos, aumentando o alcance de suas mensagens entre as pessoas que querem realmente saber sobre eles, o que tornará o boca a boca, como estratégia de marketing, ainda mais efetivo.
Interessante que essas mudanças do Instagram estão alinhadas ao movimento de melhoria da experiência do usuário que passa por dar a ele maior controle sobre o que quer consumir nas plataformas. O fortalecimento e a diversidade dos serviços de streaming possivelmente levaram o mercado todo a atentar para isso. Inclusive a propaganda está buscando caminho de ser menos invasiva, enveredando para o brand entertainment, por exemplo.
Aliás, fazendo um parêntese aqui, acho que vale muito a pena conferir o podcast Propcast: "A propaganda invasiva vai perder cada vez mais espaço", entrevista da Kelly Dores, editora-chefe do PropMark, com Sophie Schonburg, ECD da Africa, que fala sobre esse caminho de entretenimento que a publicidade precisa seguir por uma questão de sobrevivência.
Eu até compartilhei no LinkedIn recentemente, dizendo que reverberou especialmente por lá o trecho em que ela fala que é preciso buscar as verdades humanas em cada peça que você faz. Essa pitada humana nas coisas é totalmente a tônica do marketing boca a boca e eu me entusiasmo cada dia mais com as possibilidades nessa área.
Joel Amorim é managing director latin america da The Insiders