Se a guerra não parar, marcas também serão 'bombardeadas' na Europa
Afirmação é de Irina Lylyk, presidente da Associação Ucraniana de Marketing (UAM), que também descreveu a situação da guerra da Ucrânia
A invasão da Rússia ao território ucraniano tem deixado um rastro de destruição, com mortos, feridos e refugiados, e de indignação ao redor do mundo. Irina Lylyk, presidente da Associação Ucraniana de Marketing (UAM), descreveu, por e-mail, como está a situação no país.
“Como outras mulheres, periodicamente desço ao porão para salvar meus filhos do bombardeio. É além da compreensão, no século 21 na capital de um grande país europeu, passar a noite no porão ou no metrô para escapar das bombas”, afirma.
Em tempos de mudança nas prioridades, ela conta que a associação se transformou em um ponto de conexão entre os profissionais, incluindo aqueles que estão em outras regiões do país.
“Nós temos nosso canal de comunicação no Viber, onde todos compartilham notícias e também recebem informações de quem precisa de ajuda. Tentamos informar uns aos outros todos os dias se estamos bem e o que estava acontecendo durante a noite”, explica. Ela diz que essa união tem permitido, inclusive, que algumas pessoas forneçam abrigo para quem saiu de áreas em zonas de perigo.
É uma mudança que também percebeu em relação a muitas marcas, que se posicionaram como uma rede de apoio à população. “Em primeiro lugar, somos gratos às grandes cadeias de lojas que garantiram suas operações habituais. Apesar do barulho das bombas caindo, vendem mercadorias e alimentos. Todas as farmácias estão abertas”.
Outro suporte veio das redes de telefonia móvel que cancelaram cobranças em ligações para países onde vivem muitos ucranianos. Ainda de acordo com ela, os anúncios não existem mais no país. “Agora, no metrô, os desenhos animados são exibidos para acalmar e distrair as crianças”.
Ela pede ainda que a comunidade internacional fornece apoio "real" ao país. “Se esse horror na Ucrânia não parar, as marcas também serão bombardeadas em outras partes da Europa”, complementa.
Apple, Microsoft e Google
As gigantes Microsoft, Apple e Google decidiram suspender alguns de seus serviços na Rússia em resposta a invasão na Ucrânia, que aconteceu na última quinta-feira (24), e já deixou centenas mortos e milhares de feridos, entre eles, crianças, informou o governo ucraniano.
A Apple, por exemplo, anunciou a interrupção da venda de seus produtos no território russo, enquanto o Google informou que desativou temporariamente os dados de tráfego ao vivo do Google Maps na Ucrânia. Segundo a empresa da Alphabet, a decisão foi tomada para a segurança dos ucranianos.
Apoio internacional
A agência Banda, de Kiev, também lançou uma campanha pedindo apoio internacional. Os criativos pedem que as usuários das redes sociais postem o vídeo, que imagens reais dos ataques contra civis e infraestruturas do país, usando a hashtag #standwithukraine.