SXSW atrai interessados no futuro dos negócios
Havia grande expectativa no mercado publicitário, e até alguma desconfiança, sobre a relevância do South by Southwest (SXSW), evento realizado desde 1987 e que, apenas recentemente, despertou as atenções brasileiras.
E como atrai: em 2018, cerca de 1.300 pessoas representam o país no festival entre 9 e 18 de março, compondo uma das três maiores delegações no lugar que mistura eventos de música, cinema, humor, games e interatividade, amarrados sob um pacote de criatividade e inovação.
Os brasileiros se somam a números superlativos já que, neste ano, a participação geral era estimada entre 400 mil a 500 mil pessoas, contra as 700 da primeira edição. A maior parte vai para o festival de música ou demais compromissos oficiais do SXSW, mas os seminários, que exigem passes, atraem cerca de 70 mil pessoas. Para comparar, o Festival de Cannes teve cerca de 16 mil delegados na última edição.
Muito além dos números, o que tem atraído o mercado publicitário ao SXSW é o desejo de ser parte da transformação digital ocasionada pela tecnologia, seja de negócios de seus clientes, seja de suas próprias estruturas, ou até de esferas mais amplas como a política, cultura, social e econômica.
Outro bom motivo é a presença de players relevantes. Ao contrário de anos anteriores, onde as startups brasileiras estiveram mais presentes, em 2018, grandes empresas de diversos segmentos foram a Austin. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) levou 77 companhias de grande porte para agendas de negócios no festival, e promoveu palestras de profissionais da Natura, Embraer, AmBev, dentre outros. Os temas foram da educação do país ao marketing de experiências. Em apresentação ao lado do Uber, por exemplo, a Embraer propôs planos futuros para transporte compartilhado em veículos voadores.
Segundo a Apex-Brasil, a presença de uma delegação brasileira tão grande, com tamanho inédito, visa não apenas gerar negócios, como os US$ 37 milhões estimados após o evento do ano passado, mas principalmente criar uma imagem do Brasil como um centro de inovação e criatividade, e aberto a parcerias internacionais. A campanha de marketing institucional “Be Brasil – O país que alimenta o mundo de corpo e alma” realizou diversas ativações em Austin, inclusive, a cobertura de um prédio com obras do muralista Eduardo Kobra.
Nesse cenário, em que o Brasil tenta se recuperar aos olhos do mundo como lugar para se fazer bons negócios, surgem também insights para que agências e anunciantes renovem seus negócios. E o SXSW, portanto, tenta cumprir uma função relevante oferecendo insumos para guiar o futuro da indústria da comunicação e do país.
SxSW: espírito do evento impacta mercado de comunicação
Leia mais:
SXSW: O risco do novo
SXSW: Procura-se roteiristas
SXSW 2018: o ano do humanismo no festival de Austin
Nonny de La Pena no SXSW: “o desafio está em não se perder nas possibilidades”
Elon Musk faz aparição surpresa no SXSW
The Washington Post usa realidade aumentada
“Design de má qualidade reflete em má qualidade de vida”
Variedade de temas marca o início do SXSW
Publicitários frequentam tanto os novos como os festivais tradicionais