Vídeos são cada vez mais visualizados e procurados na web. Por isso, é importante que as marcas saibam como produzir bons filmes e atingir seu público alvo de forma efetiva. Guga Mafra, da Amazing Pixel, fala sobre a produção e métricas para esses vídeos.

1) Se for copiar, copie direito

Já vimos várias marcas copiando formatos como reality shows, programas de auditório, jornalísticos da TV. É tão errado quanto óbvio. A linguagem da internet é diferente. E isso não está relacionado com custo de produção. Está relacionado com a proximidade do apresentador com o público, com a interatividade do meio (que tem comentários, shares, likes) e com a característica multi-tarefa e multi-telas do meio e do usuário.

É comum também a gente ouvir a expressão “qualidade de TV”. Isso não existe. Existe qualidade de produção e existe linguagem de TV.

Agora, se for pra copiar, copie o Porta dos Fundos, o 5algumacoisa ou o Nerdologia. Não adianta copiar o Big Brother. Não funciona.

2) Seja honesto

A internet não perdoa mentiras e nem tentar ser enganada. Uma campanha tentando fazer um produto mais chique do que é, ou mais popular do que é, pode ser um tiro pela culatra, a não ser que seu objetivo seja mesmo chamar atenção sendo ridicularizado (acontece às vezes).

Outra coisa: não tente fazer publicidade velada. O público em geral não tem nada contra publicidade (o mimimi que se faz normalmente é restrito a uma parcela muito pequena do público).  Publicidade velada normalmente é falta de criatividade. Quando o conteúdo é legal e honesto, o público tende a se engajar. Veja o Eduardo e Mônica da Vivo, o Subservient Chicken do Burger King ou qualquer coisa feita pela Red Bull.

3) Mind your metrics, my man!

Ao fazer uma campanha em vídeo, entenda bem o que você quer alcançar e como você vai medir esse sucesso. Não se mede sucesso de campanha pelos comentários, pelo likes, ou mesmo pelos cliques. Já vimos muito cliente querer mudar estratégia de campanha por causa dos comentários, mas comentários em geral são feitos por trolls e representam 0,1% da audiência.

4) Contextualize.

Uma coisa é você interromper um conteúdo para passar sua mensagem. Se não for muito longo e se a mensagem for legal, é ok, funciona. Mas funciona mais ainda quando essa mensagem vem contextualizada dentro de um conteúdo que tem a ver com ela.

Uma vez, fizemos um episódio do Nerdologia com o tema “Existe memória genética?” (spoiler alert: sim, existe). E veiculamos uma publicidade (honesta e não velada) do game Assassin’s Creed, onde o personagem revive as memórias dos seus antepassados que carrega em seu DNA. Perfeito. Fazemos publicidade para a Jac Motors no Não Fale com o Motorista, um programa de entrevistas feito dentro do carro do apresentador Jacaré Banguela.

Contextualizar é se apropriar do conteúdo de uma forma suave, honesta e sem ser um vendedor chato pentelhando a audiência.

5) Não seja um vendedor chato

Pessoas se interessam por programas sobre educação financeira. É um assunto importante. Mas poucas pessoas se interessam por um programa explicando as opções de PGBL e VGBL do Banco X.

*Guga Mafra, sócio-diretor da Amazing Pixel, network de produção e comercialização de vídeos no Youtube