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Nos últimos dez anos muita coisa mudou. O Facebook, por exemplo, já existia, mas Mark Zuckerberg ainda nem sonhava que a sua invenção seria tão popular como é hoje. Em 2005, quem dava as ordens no mundo digital era o Orkut, que, hoje, descansa em paz em algum canto do paraíso tecnológico. Ou seja, o mundo realmente mudou bastante nesta última década. E, com ele, o marketing, de carona.

Francisco Alberto Madia de Souza, presidente do MadiaMundoMarketing, da Academia Brasileira de Marketing (Abramark) e colunista do propmark, lançará, nesta segunda-feira (26), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, uma edição revisada de seu livro “Os 50 Mandamentos do Marketing”, que é considerado a bíblia moderna do segmento.

A obra, editada pela M.Books, é também uma comemoração aos 60 anos do marketing. O livro traz todas as referências, inspirações e insights necessários sobre gestão e marketing para empresários, profissionais e estudantes de todas as atividades. Trata-se de um livro contemporâneo, amparado por 250 cases reais e modernos, muitos deles atualizados, inseridos nesta nova versão.

“Esta obra traz um panorama completo, objetivo e essencial das melhores e piores práticas gerenciais, incluindo acertos memoráveis e desastres clamorosos. Enfim, tem um pouco de tudo o que eu pude observar e refletir nestes quase 50 anos de carreira lidando, respirando e vivendo marketing e branding 24 horas por dia, traduzidos e sintetizados em ‘50 Mandamentos’”, explica Madia.

Com a primeira edição, lançada em 2004, “Os 50 Mandamentos do Marketing” conquistou dois Prêmios Jabuti, em 2005, nas categorias “Melhor Livro de Administração” e “Melhor Livro Não-Ficção do Ano”.
O reconhecimento coroou a vasta produção literária e de conteúdo de Madia, que já escreveu milhares de artigos e dezenas de livros, incluindo os pertencentes à série “Marketing Trends”, que são publicados anualmente desde 1999, e “O Grande Livro do Marketing”.

Ainda de acordo com o autor, a obra passou por algumas mudanças significativas. “Eu praticamente reescrevi o livro, apenas mantive a parte dos cases”, revela Madia. Ele citou alguns exemplos que o motivaram a fazer essa mudança. “Quando escrevi, por exemplo, a internet ainda engatinhava, muita coisa evoluiu também com o comércio eletrônico brasileiro”, diz.

Além disso, Madia também comentou sobre os diferentes mundos que existem no universo da comunicação. “Existe o mundo de pele analógica e o mundo de pele digital, que, quando o livro foi lançado, ainda era um cenário não muito nítido”, conta. “Hoje, nós vemos que a realidade é que esses dois mundos são complementares. Você gera o impacto no analógico e o complementa no universo digital”, destaca.

Já para falar sobre os próximos dez anos do marketing, Madia citou o livro “Sociedade com custo marginal zero”, escrito pelo norte-americano Jeremy Rifkin. “De acordo com o autor, o mundo evolui em forma de espiral, ou seja, ele vai passar por onde já passou, mas de uma forma bem diferente”, afirma.

Mandamentos

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A obra de Madia é ampla e aborda os principais aspectos do marketing. No livro, escrito de forma leve, mas profunda, o autor busca em ações cotidianas ensinamentos importantes sobre a comunicação. Em um dos mandamentos – “Tudo concorre com tudo” –, ele narra uma situação vivida por ele.

Morador de Higienópolis, na capital paulista, Madia saiu de casa com R$ 50 no bolso. “Com aqueles 50 reais, posso me sentar no La Vilette e tomar um chope com uma porção de fritas. Ou ir à padaria Barcelona e comer dois pães de queijo e um suco de frutas, além de levar uns docinhos para casa. Posso também ir à banca de jornal e comprar duas revistas semanais e dois jornais”, escreveu. “Se no passado imaginava-se que ‘Veja’ só concorria com ‘Isto É’, depois com ‘Época’, agora se sabe que concorre com pão de queijo, flores, chope e fritas, além de infinitas coisas mais.”

O autor termina esse mandamento e conta a moral da história. “E, por essa razão, além de continuar olhando para os lados e monitorando os seus concorrentes específicos, as empresas precisam olhar também para a frente, para trás, para cima, para baixo, porque hoje, mais que nunca, é de onde menos se espera que certamente sairá um torpedo fatal”, finaliza.