Futuro foi a palavra mais pronunciada durante o segundo “Fórum de Marketing – Inspiração para a Renovação”, promovido pela Amcham (Câmara Americana de Comércio), que aconteceu nesta terça-feira (16), em São Paulo. 

O encontro, que reuniu importantes líderes criativos do mercado brasileiro, discutiu, entre outras coisas, o futuro das agências de publicidade e da comunicação do Brasil. Para Marcelo Reis, sócio e copresidente da Leo Burnett Tailor Made, a agência vai ter que ficar ainda mais antenada no negócio do cliente. “A agência terá que viver aquilo que ainda não aconteceu com os clientes”, ressalta. 

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Ele também falou sobre a importância de saber engajar. “A discussão é saber se os clientes e se as agências estão se preparando para entender as mudanças sociais”, diz. “A gente, como sociedade de marketing, ainda não entende como engajar as pessoas com liberdade”, afirma. 

Outro assunto abordado pelo copresente da LBTM foi sobre a importância das redes sociais. “O social media deveria ser levado mais a sério pelas marcas, afinal, é ali que a marca conversa com o cliente”, destaca.

Além de Marcelo Reis, também participou do painel “Renovação e originalidade: os impactos da transformação digital nas agências” Abel Reis, CEO da Dentsu Aegis Network Brasil. Para ele, as agências terão que se reinventar para o futuro. 

“As agências serão obrigadas a buscarem mais responsabilidades na vida dos clientes, além de terem de pensar mais na integração”, enfatiza. 

A remuneração também foi um dos assuntos abordados. “O nível de remuneração das nossas agências não suportam as constantes saídas de profissionais talentosos para o mercado estrangeiro”, diz. 

O executivo também comentou sobre o mercado de jornais e revistas. De acordo com ele, esse mercado está atravessando uma crise classificada por ele como aguda. 

“Acredito que, daqui a cinco anos, teremos uma face diferente da que temos hoje em relação à mídia de revista e jornais”, diz. “Muito disso porque as pessoas têm se informado muito em outras fontes, como as redes sociais”, completa. 

Mudanças

Sergio Gordilho, copresidente e COO da Africa, destacou as constantes mudanças do mercado brasileiro. “Antigamente, a gente criava uma peça publicitária, distribuía e pronto. Hoje, não”, diz. “As agências, junto com as marcas, precisam entender o que o consumidor quer”, destaca. 

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Em relação aos profissionais, Gordilho disse que o perfil passa pela criação e pela integração. “A questão é apenas uma: saber onde o consumidor está. Onde ele estiver, nós estaremos lá”, garante. 

Outro participante do painel, Fernando Guntovitch, presidente da The Group, falou sobre a interação – ou sobre a falta dela. “Os budgets hoje ainda estão muito setorizados. A interação nessas horas ainda é pequena”, diz. 

Sobre o futuro da comunicação, Guntovitch disse que, no Brasil, previsão, às vezes, é difícil de se fazer. “Eu me preocupava muito com o futuro da nossa indústria. Hoje, eu vivo o presente de olho em oportunidades”, diz. 

Ele finalizou com uma certeza um tanto quanto unânime. “O mercado vai continuar mudando”.