Alê Oliveira

Após mais de 29 anos no mercado publicitário, Gal Barradas está repaginada, literalmente. Além do lançamento de seu primeiro livro “Novas Questões, Respostas Diferentes”, lançado no último dia 12 de novembro, em São Paulo, a profissional tem se dedicado a sua nova marca empresarial, a Gal Barradas Brand & Venture, cujo objetivo é o desenvolvimento e transformação de negócios em que a publicitária acredita, seja como consultora independente ou como sócia das empresas e projetos que apoia.

No início deste ano, Gal deixou a BETC/Havas, da qual era sócia. Desde então ela tem ampliado as suas áreas de atuação, além dos limites da comunicação, em frentes como literatura, fintech, ativismo social e liderança, entre outras empreitadas. “Meus melhores trabalhos foram aqueles em que fui além do esperado pela ‘caixinha’ funcional e hierárquica que eu ocupava nas agências. Foram aqueles em que acreditei numa ideia, pus o projeto embaixo do meu próprio braço e lutei até o fim pela sua realização, ajudando a criar, a produzir, a prototipar, administrando, negociando e levando meu lanche”, explica.

Abaixo um papo rápido sobre todas essas jornadas simultâneas e sua obstinação por continuar produzindo trabalhos relevantes.

Quais foram as motivações para escrever o livro?

Depois de tantos anos de mercado, me senti motivada a dividir minha experiência e a minha visão. Tenho contato constante com os universitários, pessoas que estão entrando no mercado de trabalho, e achei que poderia ser interessante estender o diálogo com este público através do livro. Com o passar do tempo, fui percebendo que talvez ele fosse útil também para empresários e dirigentes que são ótimos gestores, muitos brilhantes nas suas áreas de atuação, e que gostariam de adquirir mais repertório de marca. Na era em que estamos vivendo, olhar e agir através da marca tornou-se ainda mais importante e desafiador.

Quais são os insights mais interessantes que o mercado pode aproveitar do livro? Em resumo… Quais são novas questões que o título do livro cita? E o que o mercado precisa para dar as tais respostas diferentes?

Estamos vivendo uma “virada de página” no mundo. Todas as indústrias passaram por mudanças significativas. Portanto, a primeira coisa a fazer é mudar o mind set e aceitar que numa virada de página, o chão é instável, a experimentação é fundamental e o risco é constante. Não adianta se apegar a ferramentas sem primeiro enxergar coisas fundamentais como o comportamento humano e de como as marcas podem dialogar dentro deste novo contexto. Costumo comparar com o surf, onde há uma superfície se movendo sob nossos pés, mas a experiência e a escolha da prancha podem nos fazer surfar bem cada onda. E logo depois, vem outra.

Quais sãos os seus próximos passos profissionais? No que você anda investindo tempo e recursos? E por qual motivo?

Desde que saí da BETC em janeiro deste ano, foquei em projetos de escala e que impactassem o mercado. Como publicitária, represento o consumidor sentado à mesa destas empresas, participando da concepção e desenvolvimento da experiência do consumidor, desde a criação de produtos, definição dos serviços, precificação, estratégias de venda e comunicação. Assim, junto com um grupo de amigos, este ano me dediquei a um grande projeto que é o Viva10, uma fintech voltada para serviços de saúde. Para o ano que vem, pretendo me dedicar também a um outro projeto na área de educação. Em paralelo, este ano participei de dois projetos de branding.

Além das questões do livro e os seus novos rumos profissionais… Você se tornou uma liderança feminina que sempre abordou questões importantes sobre a temática da equidade de gêneros. Como estão os seus movimentos neste sentido?

Continuo participando de eventos e ações pela Igualdade de Gêneros. Eventualmente, sou chamada para dar alguma consultoria interna em empresas sobre este tema. Por ser uma causa de muita relevância e que me motiva, procuro manter uma parte do meu tempo dedicada a estas atividades. Ainda em relação a temas ligados às mulheres, recentemente tive o privilégio de participar, como VP da Abap, da coordenação da campanha do Ministério Público Federal para divulgar a Lei do Minuto Seguinte, na companhia do Mário D’Andrea, presidente da Abap, e da Laura Esteves e uma equipe sensacional da Y&R. Sou grata à Abap e ao MPF por terem me proporcionado a satisfação de participar de um projeto tão importante para a sociedade.