Alê Oliveira

Na manhã desta quinta-feira (9), a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) realizou, em São Paulo, o ABA Summit, o 13º evento da agenda de 2017. O presidente da instituição, o executivo João Branco, diretor de marketing do McDonald’s, e Mario D’Andrea, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) e da Dentsu, tornaram público o compromisso firmado para a distensão do relacionamento entre as entidades, que vem sendo marcado por divergências pontuais nos últimos dois anos.  

“Pontos de vista divergentes continuarão existindo, mas juntos construíremos um mercado melhor, pois nos preocupamos com as mudanças e pensamos no que é possível fazer para fortalecer a indústria”, disse Branco.  “O grande ponto de convergência é crescer. É nisso que pensamos ao acordar todos os dias. O marketing é uma das poucas atividades que sempre empurra o mercado para cima. Juntos vamos tornar essa indústria mais produtiva, criativa e eficiente, fazendo uma sociedade cada vez mais moderna”, acrescentou D’Andrea.

Logo após Branco e D’Andrea formalizarem o propósito dos anunciantes e agências trabalharem em conjunto, foi iniciado o painel “Quem vai liderar o mercado” com a participação de Fernando Musa (presidente do Grupo Ogilvy); D’Andrea, Poliana Souza (diretora de marketing da Procter & Gamble e VP da ABA); Eduardo Simon (CEO da DPZ&T) e Alexandre Bouza (diretor de marketing de O Boticário e conselheiro da ABA). A moderação foi conduzida por Olga Martinez, sócia da Amélie Consultoria.

A unanimidade da discussão foi que o momento atual é marcado por transformações tão rápidas que firmar posições definitivas pode impactar negativamente os processos das marcas com seus consumidores.

“O caminho mais curto é mais fácil. É preciso coragem para as decisões mais difíceis e levar o time junto. Com o poder vem a responsabilidade”, explicou Poliana. “Não se chega às melhores soluções olhando de forma multiblocada”, prosseguiu Bouza.

No caso das agências, Simon deixou claro que olhar pelo retrovisor vai ampliar o retrocesso. Em sua opinião, o formato perde e ganha não é produtivo nem para as agências e nem para os clientes. “Temos de gerar mais valor para a gestão de marketing com uso de data e tecnologia. E juntos, criar mais relevância para o marketing. Não dá para um lado apenas resolver os problemas, mas os dois podem encarar as mudanças que o mercado está sofrendo”, ponderou Simon.

“A verdade é que não vamos liderar mudança nenhuma, estamos vivendo a mudança e do mesmo lado. Tão rápida, tão violenta, que não tem como liderar. Quem lidera sabe o que está fazendo e temos de ter humildade de admitir que estamos experimentando, vivendo e todos no mesmo lado”, acrescentou Musa.