A ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes) divulgou nesta quarta-feira (12) um comunicado orientando os anunciantes e suas agências a como proceder na contratação do serviço de produção de comerciais para evitar atritos com as produtoras. A nota é um desdobramento das discussões promovidas pela entidade após os atritos com a Apro (Associação das Produtoras do Audiovisual) a respeito do formato de entrega de comerciais.

No documento, a ABA indica aos anunciantes alternativas ao padrão atual, como a criação de uma produtora própria para aqueles com um alto volume de demandas ou até mesmo a manutenção dos modelos de negociação atuais, mas com uma cláusula de cessão de direitos autorais no contrato.

De acordo com a entidade, todas as alternativas “já são efetivamente empregadas por alguns anunciantes, o que reforça sua validade técnica, negocial e legal e é fato de que há produtoras de referência que aceitam trabalhar em uma (ou mais) dessas modalidades”.

A ABA reitera que os anunciantes são os legítimos produtores dos comerciais e que as alternativas apresentadas, segundo seus modelos, impediriam que as produtoras acionassem a justiça ou tentassem atrapalhar a adoção do sistema de streaming para a entrega de produções – o ponto central da discussão com a Apro.

O documento também apresenta uma série de cuidados que os anunciantes e suas agências devem tomar na contratação das produtoras, seja no âmbito legal ou da própria produção.

Atrito

A discussão começou em abril (leia mais aqui), quando a ABA alegou que algumas produtoras e agências estariam atrasando, de forma proposital, a adoção do envio digital às emissoras de televisão e a outros veículos que divulgam tais materiais. Em resposta, a Apro negou o boicote (leia mais aqui), afirmando que as produtoras têm o direito de optar pela entrega de cópias físicas.

Uma das principais polêmicas sobre a transição do envio físico pelo digital está no pagamento das cópias. As produtoras recebem uma quantia para cada fita enviada aos veículos, mas com a adoção do modelo de entrega via streaming, gerenciado pelas empresas Adstream Samba e Zarpa, os clientes passaram a questionar o pagamento por cópia.

 

A Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) se posicionou em meio à discussão (leia mais aqui), afirmando que ambas as formas de entrega são válidas e que “compete aos clientes e suas respectivas agências de publicidade decidir quanto à melhor opção, procurando evitar que, através de qualquer meio, haja perda da qualidade técnica do material enviado”.