Agência originalmente carioca, a Artplan está cada vez mais ganhando terreno no mercado paulista. A articulação é do publicitário Antonio Fadiga, que assumiu como CEO da Artplan SP em 2014. Obviamente com apoio e investimento, o executivo mostra fôlego para levar a agência a participar de concorrências e ganhar muitas delas. Fadiga fez carreira na Y&R e Fischer e, como gosta de frisar, tudo está acontecendo graças a uma “equipe bacana”. Em 2017, a Artplan SP conquistou oito novas contas, sendo três no apagar das luzes do ano: Kopenhagen e Brasil Cacau (do Grupo CRM) e UOL. E não perdeu nenhum cliente. “De cada dez apresentações que fazemos para credenciais, se a empresa abre um processo, tem sido nove que me chamam”, conta ele. Confira a seguir trechos da entrevista concedida pelo publicitário ao PROPMARK.

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CONCORRÊNCIAS

Em 2014, quando tudo começou, com o pessoal do Rio querendo fortalecer a Artplan em São Paulo, a conclusão óbvia nossa foi que a cidade não precisava de mais uma agência, e sim uma agência diferente. Não teve nenhuma mágica, a gente simplesmente criou áreas que agências normalmente não têm, como branding, shopper marketing, benchmarking e ativação. Criamos um processo um pouco diferente dentro da agência, que tem uma etapa de checkpoint com o cliente como um caminho a seguir antes do desenvolvimento da campanha. E quando eu apresento a agência com exemplos práticos, os clientes querem ver como é e estão convidando a gente para concorrências. Temos participado de bastante concorrências e, felizmente, a taxa de conversão é bacana. De cada dez apresentações que fazemos de credenciais, se a empresa abre um processo tem sido nove que me chamam.

RESPONSABILIDADE

Essa proposta de valor, que a gente conseguiu desenhar e nos últimos dois anos ter conseguido criar casos reais, tem feito a diferença. No ano passado, a gente conseguiu a conta de Neosaldina, Danone, Discovery Networks Brasil, Etna (digital, off já era da casa), Beach Park (digital, off já era da casa). E no fim de 2017, no apagar das luzes, vieram três novos clientes, que foram a Kopenhagen, junto com Brasil Cacau (que estavam na DM9), e UOL (que era da Africa). Isso aumenta a responsabilidade nossa. Porque não adianta colocar uma conta para dentro e perder depois. Financeiramente não é legal, para a imagem no mercado também não. Agora, essas conquistas, sendo a maior parte por concorrência, ocorrem graças a uma equipe bacana que eu tenho. O que eu fico feliz é que são profissionais que apostaram comigo lá atrás, em 2014.

APOSTAS

Acho que deverá ter novas concorrências no mercado, sim. Porque eu vejo muita insatisfação de clientes. O mercado está inquieto. Todos estão questionando os seus parceiros. Alguns corrigem com a própria agência, outros preferem abrir concorrência e mudam de agência. Se eu puder participar dessas concorrências tenho interesse porque tem categorias importantes que nenhum dos nossos três escritórios atuam. Quem não quer ter conta de cerveja, automóvel, telefonia, alimentos, fora chocolate ou varejo? Eu quero ter esses clientes. A Artplan fechou o ano em 10º lugar. Com o UOL, vamos subir um pouco mais.

REAÇÃO POSITIVA

A reação dos anunciantes tem sido muito positiva a nossa proposta de valor. Inclusive, isso junta com uma iniciativa que a Artplan fez recentemente, com a Key. Eu não vou falar que a gente quer concorrer com consultoria, pois cada um tem a sua expertise, mas chega a ser um trabalho de consultoria que a gente faz para o cliente, detectando oportunidades de negócio. A equipe fica um mês ‘internada’ no cliente para poder trazer recomendações de negócio. E se o cliente não gostar da recomendação, ele não paga nada. Isso é uma coragem.

RECONHECIMENTO

A agência está tendo um certo reconhecimento no mercado. Na avaliação da Agency Scope, ficamos em 1º lugar em atendimento; 2ª melhor avaliada em proatividade, percepção de contribuição para o negócio e na 3ª posição de mercado na visão dos próprios clientes. Meu plano é manter isso e também ser reconhecido pelo trabalho criativo que a gente coloca na rua. Estamos investindo e contratando muita gente bacana para fazer um trabalho que tenha mais repercussão no mercado.

HARMONIA 

Tenho três mantras na agência. O primeiro deles é surpreender o cliente. Não basta fazer bem o que ele pede. O segundo é dar muito suporte para os talentos da casa. A gente investe muito em gestão de pessoas. O terceiro, e acho que é uma marca registrada minha, pessoal, é ter harmonia no ambiente de trabalho. Não consigo trabalhar num ambiente tenso, infeliz, com pressão o tempo todo. Eu gosto muito de trabalhar assim e acho que está dando certo.