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Há quase um ano, Jeong Keun Yoo foi promovido a CEO da Cheil Worldwide, maior agência da Coreia do Sul e uma das 20 maiores do mundo. Sua missão era “reformular, revisitar e organizar” a casa. 

Famosa por fazer parte do grupo Samsung – e ter a conta da gigante da tecnologia -, a Cheil agora quer desbravar novos mundos.

O executivo veio ao Brasil pela primeira vez para compartilhar com os colaboradores do país alguns ensinamentos.

Yoo falou ao PROPMARK com exclusividade na semana passada e disse que “o setor de comunicação muda muito rápido”, quando perguntado sobre o balanço do primeiro ano de sua gestão.

O executivo destacou que a Cheil precisa se adaptar ao novo mundo. Para ele, o segredo está em criar um tipo de comunicação moldada para cada indivíduo.

Vem daí o conceito intitulado Connec +, defendido por Yoo. O sul coreano quer aproveitar todos os braços da Cheil – publicidade, varejo, digital e análise de dados, entre outros – para fornecer uma experiência integrada e conectada para o público.

Na agência desde 1987, quando ainda era um executivo de contas, Yoo explica que de lá pra cá, de modo geral, “o que mais mudou foi o consumidor”.

No período analógico, o público não era o foco. Seu comportamento era passivo. Na era digital é diferente.

“O consumidor começou a ser mais ativo e agressivo no relacionamento com a marca. É isso que revolucionou o mercado de comunicação”, explica.

Aliás, Yoo e Cheil criaram um termo para definir esse período: a era da Marca-N (ou N-Brand Era).

O conceito fala que antes a comunicação era massificada, a marca conseguia impor sua ideia. Agora, é o público quem dita as regras.

“Você precisa ter uma ligação entre o consumidor e a marca”, reflete o executivo.

O N se traduz de algumas formas, como, por exemplo, em now (agora): marcas que resolvam os problemas imediatamente; needs (necessidades): marcas que entendam exatamente o que o consumidor precisa; e numbers (números): marcas que trabalham os dados para fornecer comunicação mais efetiva.

A efetividade tende a aumentar quando a marca apoia causas. “Estamos vivendo a era dos millennials”, afirma o CEO.

“Não é que essa tendência não existia antes, mas hoje eles buscam algo que possam compartilhar”, analisa.

Segundo o executivo, os valores de marca são cada vez mais apreciados.

Alguns cases da Cheil Brasil para a própria Samsung, como o Alfabetização Cidadã e o Áudio Acordes, demonstram isso.

Aliás, quando o assunto é Brasil, Yoo se mostra esperançoso: “É uma economia emergente. Claro que, politicamente, ainda um pouco insegura […]. Mas ainda vemos o Brasil como um país de muitas oportunidades”, exalta.

Para o futuro, a Cheil quer melhorar a reputação criativa da agência.

“As premiações ajudam a impulsionar isso”, diz o CEO.

Em 2018, a rede faturou 11 Leões no Cannes Lions. Muitos deles, aliás, foram para cases criados para a Samsung. Indagado se incomoda ter o nome sempre ligado à marca de tecnologia, Yoo nega: “Temos muito orgulho disso”.

Ter a Samsung como marca principal, na verdade, ajuda a agência a se estabelecer em novos mercados.

“Uma vez estabelecidos, normalmente, partimos para outros desafios”, analisa.

E é com esse foco que a empresa quer seguir. Com o objetivo principal de não só reforçar a imagem de marca dos clientes, mas de maximizar seus resultados nas vendas.