Apesar de todas as dificuldades que a economia do país vem atravessando, a direção do PROPMARK considera ter sido este um bom ano para o jornal, que completou o cinquentenário em maio com uma edição histórica e hoje inicia um novo ciclo na sua trajetória.

O formato tabloide foi um sonho de há muito acalentado pela nossa equipe e começou a se transformar em realidade a partir do instante em que Sergio Gordilho, copresidente e diretor-geral de criação da agência Africa, propôs-se a uma parceria conosco, pleiteando o desenvolvimento do novo projeto gráfico que agora está em suas mãos, leitor.

A ideia inicial contemplava o seu lançamento na edição dos 50 anos, mas havia ainda alguns obstáculos que precisaríamos transpor e um deles residia na produção industrial do PROPMARK. Queríamos internalizá-la, aproveitando a possibilidade que se abria com o formato tabloide, adequado à impressora Roland 700 da nossa gráfica própria.

Esse caminho, porém, sobrecarregaria a capacidade de produção do setor. Refeitos os estudos, optamos pela importação de uma nova impressora, Heidelberg Speedmaster, diretamente da fábrica na Alemanha. A decisão, acertada, adiou o lançamento do novo formato, com projeto já concluído e aprovado.

Com a chegada da nova impressora e sua rápida montagem pelos técnicos da fábrica que acompanharam sua viagem, a data de hoje foi marcada para a inauguração do “novo” jornal, em um momento que consideramos especial para o nosso mercado.

Nossa crença é a de que o Brasil passará por melhores dias a partir de agora, com a crise política tendo atingido seu auge e, por isso mesmo, exigindo soluções que não tardarão a ocorrer, porque todos sabemos que chegamos ao limite de um cenário que provocará imediatas mudanças.

A alta da Bolsa e a queda do dólar, na última sexta-feira, são sintomas de que finalmente adentramos no último ato da tragicomédia que nos vitima desde o segundo semestre de 2014 e ganhou forças durante a campanha eleitoral presidencial, cujo desfecho, em vez de tranquilizar o país, só o fez agitar-se em decorrência de uma nova realidade econômica apresentada à nação e das, surpreendentes para alguns e nada surpreendentes para outros, revelações que as operações petrolão/lava jato expunham ao público brasileiro.

De lá para cá temos vivido em sobressaltos, aguardando a cada noite por notícias piores na manhã seguinte. Mas, como não há bem que sempre dure e mal que não se cure, o foco da crise político-econômica ficou reduzido às principais cabeças dos poderes Executivo e Legislativo, surpreendendo-se – pode-se mesmo dizer – o país pela altivez que tem sido demonstrada pelo Judiciário, através da sua mais alta Corte, cujos magistrados – de quem ainda muito se espera – têm demonstrado interesse único no cumprimento das leis.

Assim, da mesma forma que a esse nobre colegiado pouco interessa o argumento de que a presidente da República foi eleita democraticamente, porque não é isso que está em discussão no seu processo de impeachment agora aberto no Congresso Nacional, o mesmo raciocínio vale para o julgamento final de Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, que também foi eleito pelo voto democrático dos que sufragaram o seu nome para deputado federal.

Resta óbvio que a confusão é provocada deliberadamente pelas partes, no intuito de ludibriar (uma vez mais) a opinião pública brasileira, que todavia não parece mais disposta a aceitar esse até pueril jogo de palavras.

Um novo país pode surgir depois desse desfecho, que todos torcemos para que não se prolongue demasiado. Nossos melhores dias precisam chegar o quanto antes e sentimos que estão mais próximos do que pensávamos seis meses atrás.

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Resolvido o impasse político, caberá mais do que nunca à iniciativa privada fortalecer a economia, voltando a apostar no Brasil em curto espaço de tempo, o que já vem ocorrendo embora em movimentos ainda esparsos.

Quando se vê a própria Samarco, responsável pelo mais recente inferno brasileiro em Mariana, encorajando-se a assinar anúncio de uma página na mídia impressa, sob o compromisso público de “Fazer o que deve ser feito” (título do anúncio), deve-se dar um voto de confiança ao mesmo, levando-se em conta ser uma comunicação espontânea da empresa que negligenciou seus cuidados com a barragem, mas, aparentemente, mostra-se disposta a corrigir seus graves erros.

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E é pela comunicação que a iniciativa privada deve se expor, demonstrando acreditar na recuperação do país, incentivando a população na sua profissão de fé, fazendo todo o esforço possível para convencer a todos que o novo ano que se aproxima pode trazer-nos não apenas novas esperanças, mas de fato uma nova realidade para o nosso país e seu povo.

Caso o leitor exija uma demonstração disso, pode desde já percebê-la na campanha recém iniciada do Carrefour, com o mote “Vai ter Natal” (lembra-se o leitor do “Vai ter Copa”?), contribuindo para o início de um novo ciclo no comércio, aproveitando o 13º salário cuja primeira metade em sua grande maioria foi paga na última semana e procurando energizar o consumo, sem o qual não há economia.

Em boa hora também – e nada à toa – surge o movimento “vamojunto”, assinado pelos grupos Pão de Açúcar e Via Varejo, abrindo as portas das suas lojas oferecendo maiores facilidades de compras ao público em geral, sob o mote que o brasileiro aprendeu a respeitar: “Vamos juntos virar esse jogo”.

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A força da mídia impressa foi o tema do Summit de Comunicação realizado pelo PROPMARK no último dia 2, nos salões do Pullman Vila Olímpia, sob o patrocínio da Abigraf, Abro, Sindigraf, ANJ, Afeigraf, Anatec, ABTG, Conlatingraf e apoiadores, em que os palestrantes brilharam em defesa dos meios impressos, com destaque para os empresários-publicitários Luiz Lara e Nizan Guanaes.