Uma pesquisa do Instituto Reuters para o estudo de jornalismo da Universidade de Oxford na Inglaterra coloca o Brasil em segundo lugar no índice de confiança do público nos meios de comunicação. Foram ouvidos 70 mil consumidores de notícias de 36 países para analisar a confiança do público em uma época em que notícias falsas circulam, muitas vezes, sem controle.

Segundo o “Reuters Institute Digital News Report 2017”, na Finlândia, 62% dos internautas confiam nas informações veiculadas pelas empresas de comunicação. O Brasil está em segundo lugar com 60%, seguido por Portugal (58%), Polônia (53%) e Holanda (51%). Os países com piores índices são Grécia (23%) e Coreia do Sul (23%). Os Estados Unidos estão na 28ª posição com 38%.

Em compartilhamento de notícias de forma geral, o Brasil fica empatado com o Chile no topo, com 64%. Em seguida, estão Argentina (63%), México (63%) e Turquia (56%).  Mas quando se trata do compartilhamento via WhatsApp ou Facebook Messenger, o Brasil lidera com 43% das pessoas usando os aplicativos de mensagens instantâneas, seguido por Chile (39%) e Hong Kong (29%). Os meios são menos populares nos Estados Unidos (9%), Reino Unido (6%) e Japão (4%).

Apenas 24% das pessoas acham que as redes sociais fazem um bom trabalho ao separar fatos de ficção. Na mídia tradicional, o índice é de 40%. Na América Latina, 30% dos brasileiros acreditam que as notícias são livres de influência política e econômica. Na Argentina, os índices são 16% e no Chile 17% para os dois casos.

Painel geral sobre o Brasil

O relatório geral sobre o Brasil, assinado por Rodrigo Carro, ex-jornalista da Reuters Institute e repórter do Valor Econômico, aponta que os radiodifusores dominam o ambiente de mídia no Brasil com a propriedade da mídia concentrada nas mãos de alguns grupos, mas destaca que as mídias sociais estão desempenhando um papel cada vez mais importante papel no consumo de notícias.

“Embora a penetração da internet continue a aumentar rapidamente, a popularidade da web ainda não rivaliza com a televisão. Mais de 97% das famílias brasileiras têm um aparelho de TV, mas em 2015, apenas um em cada duas casas estavam conectadas à internet. No entanto, as plataformas online já são a principal fonte de informação para pessoas em áreas urbanas, especialmente aquelas com maior níveis de renda e educação”, explica.

Outro ponto destacado foi que houve uma mudança nos dispositivos para acessar conteúdo jornalístico na rede. Em 2016, os smartphones ultrapassaram computadores como o canal principal para o consumo de notícias online.

O investimento em publicidade online cresceu 26% quando comparado a 2015. Já os bloqueadores de anúncios não são um problema (17%) tão grande para o mercado de publicidade digital brasileira quando comparado com outros países: a pesquisa mostra que os bloqueadores de anúncios foram instalados em apenas 8% dos smartphones.

O estudo cita o portal G1 e o jornal O Globo como veículos de informação que criaram equipes para investigar a veracidade de notícias e rumores publicados na internet.

O levantamento apontou uma penetração da internet de 68% no Brasil. Foram ouvidas 2003 pessoas no país.