Os motores da economia vão aos poucos sendo acelerados, indicando não apenas a reversão da crise, como também e principalmente prometendo o início de um ciclo virtuoso em nosso país.

Para muitos, essa visão da nossa parte representa um certo exagero.

Para outros – e temos falado com muitos destes ultimamente – é bem provável que estejamos nos aproximando de um novo período de benesses, compensando de certa forma o enorme prejuízo causado nos últimos anos ao país, por governos e governantes na pior das hipóteses incapazes de lidar com a coisa pública.

Preferimos ficar entre os mais otimistas, aqueles que já viveram o suficiente para entender a verdade do movimento pendular da História, que não se aprende de forma ampla pelo brasileiríssimo método do “ouvi dizer”.

Não temos a pretensão de acreditar que a prática vale mais que a gramática, mas é imperioso em se tratando da economia de um país gigantesco como o nosso ter vivido muitas das crises que tivemos e das quais os mais pessimistas garantiam que não sairíamos vivos.

Não só saímos, como vimos o país crescer a cada etapa negativa vencida, surpreendendo analistas internos e externos, com alguns deles anunciando algo parecido com o fim dos tempos.

Além de gigantesco, o Brasil é teimoso em não se dobrar às intempéries econômicas, sempre descobrindo atalhos para se desviar de assustadoras barreiras colocadas diante de nós.

Há pouco mais de 50 anos, quando ainda estávamos em um estágio reconhecidamente inferior no ranking das maiores economias do planeta, quem poderia imaginar que cinco décadas depois ficaríamos posicionados no bloco das dez maiores, atraindo investimentos de todas as partes do mundo e realizando o sonho de consumo de uma população ainda extremamente carente, em sua grande maioria, de comodidades das quais tomava conhecimento apenas através dos meios de comunicação?

Foi quando começamos a nos incomodar com o próprio Hino, no verso “deitado eternamente em berço esplêndido”, cuja intenção figurativa dos autores da letra passava a ser interpretada como indesejada ode à acomodação.

Temos de reconhecer – e este é um jornal que cobre a comunicação do marketing e suas múltiplas disciplinas – que o apressado desenvolvimento dos nossos meios analógicos, com destaque para a televisão, proporcionou ao brasileiro tomar conhecimento do mundo mais avançado existente lá fora, estabelecendo a partir daí metas a serem atingidas.

Nossas especialidades foram se aprimorando e com isso o país dando saltos sempre maiores. Em meio ao cenário de progresso cada vez mais frequente, apenas uma atividade – das mais importantes dentre todas – deixava de corresponder e de acompanhar o gigante que acordara: a política.

Com raras exceções, tivemos, nestas últimas cinco ou seis décadas, comandos insatisfatórios e até mesmo incapazes, que não souberam fazer a leitura correta do futuro tão promissor.

Pensando mais em seus grupelhos de apoio e em si próprio, do que na generosidade e força de vontade da incalculável maioria da população, governantes despreparados optaram pela contramão da história do homem e seus avanços. Experiências a princípio promissoras, mas que na prática redundaram em fracasso, passaram a servir de balizamento para metas a serem jamais atingidas.

Nos últimos anos, beiramos o caos e só não assistimos a uma conflagração intestina porque o povo em geral é de boa índole. Passando dos limites, porém, sobreveio o encontro com a dura realidade, obrigando-nos a providências imediatas em meio a muitas discordâncias, para que pudesse ser virada a página de mais um capítulo, que nem deveria fazer parte do livro da nossa História.

Enfim, estamos assistindo a uma nova fase, a um novo ciclo, ainda engatinhando, mas prometendo dias melhores para a grande maioria que foi ludibriada nos últimos tempos com falsas promessas de ascensão a qual somente ocorreu na vida dos governantes.

O que passou, passou. Não podemos e não devemos nos esquecer, mas passou. Daqui para diante, voltemos nossos olhares para a grandiosidade deste país, que necessita mais que nunca ser comandado por gente da mesma proporção, em todos os setores públicos em que a falta de visão e o excesso de negligências respondem pelo estado de caos cuja travessia acreditamos estar chegando ao fim.

 

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Nesta edição, cobertura do 49º Colunistas, a mais completa e tradicional premiação da comunicação do marketing de todo o país. Na cerimônia realizada pela Abracomp, com o apoio da Editora Referência, no Teatro Eva Herz, situado no complexo da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, um público de cerca de 300 pessoas lotou o recinto e aplaudiu os empresários e profissionais responsáveis pelas consagradas performances das suas empresas e trabalhos concorrentes.

Aproximando-se do seu cinquentenário, o Colunistas democratiza o julgamento do mérito desse importante segmento da economia brasileira, destacando o valor individual de todos os que contribuem para o fortalecimento do mercado e da expansão da imagem da nossa comunicação publicitária ao redor do planeta.

 

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O Editorial desta edição é uma homenagem à memória de Francesc Petit, criador da logo que distingue o Prêmio Colunistas, pelo conjunto da sua extensa obra no setor.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o jornal PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda