Alê Oliveira

A americana CO:collective acaba de inaugurar seu primeiro escritório fora dos Estados Unidos. E o país escolhido para propagar sua cultura de storydoing, um desdobramento do storytelling, foi o Brasil. A partir deste mês, os publicitários Átila Francucci e Paulo Guerchfeld comandam a operação nacional da agência, que foi lançada oficialmente nesta terça-feira (11), em São Paulo, com a presença do CEO Ty Montague, autor do livro True Story.

Montague explica que diferentemente do storytelling, o storydoing busca revelar uma verdade do cliente, a qual ele chama de “quest”. Com esse conceito, a agência, que na verdade se trata mais de uma consultoria, realiza uma imersão detalhada nos propósitos de cada cliente para depois desenvolver a estratégia de comunicação, baseada em três etapas: story, onde o quest, o motivo maior da existência de cada cliente, é definido; doing, criação das inovações que transformam o quest, e implementação, fase de testes e produção das inovações definidas.

Segundo os sócios, a Co Brasil chega para ocupar um espaço entre as consultorias de negócios e os fornecedores de comunicação. Até o final do ano, a empresa espera concluir seis projetos e expandir o negócio para todo o Brasil e mercado latino-americano.

“Começa hoje uma nova jornada, o primeiro escritório da CO: fora dos Estados Unidos, e o primeiro no Brasil a combinar história e ação. Um modelo de negócios contemporâneo”, destacou Guerchfeld.

Reconhecidamente um dos criativos de maior prestígio nos Estados Unidos, Montague lembra que começou sua carreira criando histórias para marcas, atividade que exerceu por mais de 20 anos, até fundar a CO:, em 2009. “De uns anos para cá comecei a notar que contar histórias usando comerciais de 30 e 60 segundos estava ficando cada vez mais difícil. Além de cada vez mais caro para os clientes”, lembra, para logo em seguida explicar o diferencial de sua companhia. “O ‘Quest’ é um propósito maior, um princípio, um guia que norteia e orienta todas as ações de uma empresa. E que é perseguido incessantemente com o objetivo de trazer mudanças positivas para a sociedade”, diz.

Em uma definição mais simples, Francucci utilizou o atual momento político e econômico do Brasil para exemplificar o método de trabalho da CO: e explicar sua vinda ao país. “A crise econômica que está acontecendo, aconteceria independentemente de quem fosse eleito. Já a crise política está acontecendo porque quem foi eleito não está cumprindo aquilo que disse que faria em campanha. Ou seja, não há mais espaço para quem fala e não faz. O storydoing chega para mudar isso”, defende o profissional que fundou as agências TBWA/Cápsula e Famiglia antes da nova jornada, além de passagens por JWT, Y&R e Fischer.