Roth, presidente da comissão que discutiu direitos autorais

 

Para debater a “Propriedade intelectual, legislação e ética”, o presidente da comissão que compõe o V Congresso Brasileiro da Comunicação Publicitária e também diretor geral da Lua Nova, Thomas Roth, reuniu representantes do mercado publicitário, clientes e advogados. Mario D’andrea, sócio e cco da Fischer & Friends, começou o painel citando três perguntas sobre o porquê da importância da ideia para a indústria de comunicação.

Com “Qual seria a história de uma marca se não fosse a ideia?”, ele relembrou o case “Não é uma Brastemp” para ilustrar como a marca pode contribuir, por exemplo, para precificar o produto; e ainda o “Desce redondo”, da skol; o “i” digital da Itaú; e as Havaianas. “Qual seria o valor da Alpargatas sem a Havaianas?”, questionou o publicitário. Ele criticou também a ideia de que não é possível quantificar a ideia. “Nós não movimentamos o que aparece apenas no Ibope Monitor. Nossa riqueza não tem fim”, afirmou.

D’Andrea indagou também sobre “Quais os riscos que corremos se não protegemos a ideia” e “Quando uma ideia se perde, quem perde?”. De acordo com o profissional, a sociedade como um todo sofre os efeitos dessa perda. “Deixamos passar a chance de descobrir novos caminhos”. Para reforçar isso, lembrou a frase “Tudo o que podia ser inventado, já foi inventado”, proferida por Charles Duell, em 1899, do Departamento de Patentes do Estados unidos. E completou: “Essas são histórias que mostram a importância de uma ideia”.

O valor da ideia também foi o item principal da exposição de Alexandre Costa, presidente da Cacau Show, que começou a empresa com 19 anos de idade. Hoje, a companhia possui 1150 lojas e fatura anulamente R$ 1,2 bilhão, sendo top of mind de acordo com levantamento feito pela Folha de S.Paulo nos últimos três anos. Castro ainda citou um problema, quando acionou o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que a empresa enfrentou com a Brasil Cacau, que entrou no mercado usando uma linguagem de comunicação muito próxima à da Cacau Show. “Buscamos preservar o nosso direito de criação”, disse.

O assunto que mais agitou a plenária foi a jurídica, apresentada pelo doutor João Carlos Muller Chaves, que após a sua apresentação respondeu a dúvidas. Para o advogado, o cenário de pregação por liberdade na internet perdeu fôlego nos últimos anos, após a entrada de Ana de Hollanda, no Ministério da Cultura. “A luta está sendo vencida pela turma que defende limites para a internet”.

Para ele, o discurso pró-liberdade não tem sustentação. “Livre de que? Não é porque não é tangível que está livre do arcabouço”, disse. O advogado continuou afirmando que aos provedores de internet não interessa o direito do autor, o que representaria uma perda de receita, logo que teriam que pagar por isso. “O direito de autor está sob um pesado ataque”.