Durante evento do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) realizado nesta terça-feira (17), em São Paulo, o ministro Edinho Silva, titular da pasta comunicação social, disse que os investimentos do governo federal em publicidade neste ano devem ter uma subtração de aproximadamente 20% em relação ao ano passado. Na sua avaliação, o volume destinado às ações de mídia das estatais, ministérios e presidência da República em 2015 vai chegar aos R$ 2 bilhões. Para 2016, porém, a intenção é retomar, por assim dizer, à normalidade. Silva, porém, não sabe o valor que será encaminhado ao orçamento geral da União que precisa de respaldo do Congresso Nacional.

Fredy Uehara

“Em um ano marcado pela diminuição de recursos em todas as áreas do governo, a publicidade também contribuiu da forma que pode. Estou otimista em relação à recuperação da economia e é por esta razão que acredito na execução plena da verba no ano que vem. Caminhamos para que os fundamentos econômicos se solidifiquem cada vez mais. Penso que estamos retomando as condições para o retorno do crescimento econômico. Claro, austeridade é sempre austeridade e isso requer esforços”, declarou.

O ministro ponderou que as definições dos planos de ações de mídia do governo não têm viés político. “Defendo a mídia técnica com base no share de audiência de cada veículo. Acredito muito na relevância da televisão, mas ela tem que ficar mais interativa que é um comportamento da internet. Hoje, como o acesso à internet no Brasil é de 50%, os meios tradicionais ainda são muito importantes na sua forma. Mas vejo a interatividade presente nas TVs, principalmente em programas esportivos. Mas terá que estar também no jornalismo”, argumentou Silva enfatizando que veículos que são críticos ao governo não são punidos. “Se for relevante à estratégia, não nos opomos”.

Sobre a polêmica em torno da aprovação da Lei 13.188, a do Direito de Resposta, Silva afirmou que ela foi discutida “nas duas casas legislativas do país” e que as instituições tiveram tempo para interferir no conteúdo. “Mesmo assim, a presidente Dilma Roussef vetou parte do texto aprovado por deputados e senadores especificamente o trecho que permitia que as pessoas que se sentissem ofendidas por um canal de mídia tivessem o direito de retratação pessoalmente. “Caso haja desequilíbrio na sua aplicação, há espaço para que a lei seja corrigida”.