A “Pesquisa Natal 2014 – Revelação sobre o hábito de consumo dos brasileiros”, feita pela Deloitte, aponta que a proporção de brasileiros com pretensão de gastar mais no Natal em 2014 diminuiu na comparação com os resultados da edição anterior do estudo. Neste ano, 46% pretendem gastar menos e 40% disseram que gastarão o mesmo que no total do ano passado. Em 2013 os índices eram de 41% e 38% respectivamente.

Para 64% dos pesquisados a situação da economia no Brasil está em estagnação ou declínio. Apesar disso, 53% dos pesquisados acreditam que a situação financeira da família para os gastos com o Natal está melhor este ano do que no período anterior. Porém, este é o menor índice histórico endossado em todas as edições da pesquisa, já que no ano passado, o índice era de 62%.

A maioria dos pesquisados pretende quitar dívidas (35%) ou poupar (31%), contra 24% que pretendem gastar com compras. “Alguns dados demonstram que o brasileiro está atingindo uma maior maturidade financeira a cada ano. Quase 70% dos pesquisados mantêm o pensamento de avaliar primeiro os custos, mesmo que isso signifique ter um Natal mais enxuto”, afirma Reynaldo Saad, sócio-líder da Deloitte.

Um dado inédito na edição de 2014 é que parte significativa dos consumidores pretende antecipar as compras para novembro (43%) – o maior índice já indicado para este mês, na série histórica de cinco anos da pesquisa. “Este novo momento de compra é um dado muito importante para que os varejistas estejam preparados para atender aos consumidores, tanto no nível de estoques como na qualidade da prestação dos serviços”, comenta Saad.

O número médio de presentes a serem comprados (6.5) e gasto médio por presente de R$ 61 se mantêm no mesmo nível dos anos anteriores. Em relação aos presentes mais desejados neste Natal, destaque para o crescimento de 2013 para 2014 dos seguintes itens: melhoria da casa (de 13% para 19%), cosméticos e perfumes (de 22% para 26%), artigos esportivos (de 9% para 14%), que é uma tendência que vem sendo confirmada quanto ao conceito de “bem estar e saúde”.

Os cartões de crédito e de débito continuam sendo o meio de pagamento preferido para 68% e 47% dos pesquisados, respectivamente. Em 2010, primeiro ano da pesquisa, o cartão de crédito era utilizado por apenas 29% dos pesquisados. Com relação aos canais de compra, a internet segue liderando a preferência dos consumidores, com 66%, contra 58% das lojas de shopping e 49% das lojas de departamento.

O estudo da Deloitte é realizado também em outros cinco países da América Latina: Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México. Entre os países pesquisados, o Brasil é o que aparece com o maior índice entre os que pretendem gastar menos (46%). No Chile são 32%; Argentina 30%; México 29%; Colômbia 26% e no Peru são 14%. “O ano de 2014 foi atípico para o Brasil, com gastos extras pelo evento da Copa do Mundo e mais endividamento das famílias. São pontos que podem justificar a menor disposição do consumidor local nesta reta final de ano, associados também com o que eles mesmos apontam sobre a perspectiva da economia para o próximo ano”, diz Saad.