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Quando o assunto é diversidade, alguns anunciantes já estão mostrando ao mercado que a era do discurso começa aos poucos a dar lugar à era da ação efetivamente. A gigante das bebidas Diageo, por exemplo, acaba de dar mais um passo neste sentido. Nos Estados Unidos, a empresa está pedindo para as agências detalhes sobre o equilíbrio de seus times internos.

Recentemente, a própria CMO global, Syl Saller, encaminhou cartas às suas parceiras de comunicação para obter detalhes sobre a porcentagem de mulheres nas equipes de liderança, informações que dizem respeito as diferenças salariais entre homens e mulheres e como essas agências planejam lidar com os desequilíbrios de gênero.

“Apesar de todos os nossos esforços coletivos como indústria, o ritmo de mudanças substanciais tem sido lento demais na forma como as mulheres são retratadas no conteúdo e como as profissionais qualificadas são representadas em um nível sênior do desenvolvimento criativo”, afirmou Saller na carta, de acordo com um trecho compartilhado por uma porta-voz da Diageo. “Precisamos progredir mais rapidamente e o tempo para a ação é agora”, completou.

As agências da Diageo nos Estados Unidos são 72andSunny (Smirnoff); Anomaly (Johnnie Walker, Capitão Morgan, Coroa Real); AMV BBDO (Guinness); VMLY & R (Baileys); e Carat (que lida com a mídia).

Embora a carta contenha uma mensagem forte e emblemática para todo o mercado, até o momento a Diageo não apresentou nenhuma medida ou iniciativa que será tomada caso as suas agências não consigam representar algo minimamente aceitável em termos de equidade.

Vale lembrar que 45% dos líderes de marketing globais da Diageo são mulheres. O índice está muito acima normalmente da média apontada pelas mais diversas pesquisas em todo o mundo. Em março deste ano, também nos Estados Unidos, a companhia colocou uma mulher em suas tradicionais garrafas de Johnnie Walker, sob o nome de Jane Walker. A marca destinou um dólar da venda de cada garrafa limitada para organizações que promover a igualdade de gênero no país.

No Brasil, algumas agências já se aproximam desse ideal de equidade. Uma delas é a BOLD. Comanda pela CEO e fundadora Gabriela Hunnicutt, a empresa tem 60% de mulheres em sua folha, 50% no quadro societário e 70% nos cargos de liderança.