Pautada na ideia de que o mercado publicitário tem ainda muitas áreas de melhorias em termos de como impactar o consumidor no ambiente digital, a NZN está desenvolvendo uma plataforma para descobrir o que o usuário tem interesse em ler e os temas que as marcas deveriam oferecer como conteúdo. Posicionada como uma empresa de tecnologia que oferece soluções em publicidade, a NZN é dona também de quatro sites especializados – os portais Baixaki, Click Jogos, Mega Curioso e TecMundo – e está aproveitando os dados e conhecimento que tem de sua audiência para oferecer serviços baseados em técnicas de big data.

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O CEO da NZN, Sobhan Daliry, enxerga um cenário em que os portais em geral não vão mais sobreviver da publicidade tradicional, uma vez que os CTRs dos anúncios estão caindo e as pessoas não vão mais clicar em banner como funciona hoje. E já que o conteúdo é o rei, a aposta é toda nele. “Os serviços que estamos construindo hoje são baseados no comportamento do usuário e no entendimento de como ele interage com o conteúdo e a partir daquela interação o que ele faz”, explica Daliry.

“Vamos apresentar o beta para o mercado, até o fim de fevereiro. A plataforma vai permitir que qualquer marca, agência interessada em sensibilizar o usuário, defina palavras-chaves. Essa ferramenta tem um sistema preditivo, usando machine learning e técnicas avançadas de big data, que vai mostrar para a empresa quais são os temas que ela deveria começar a escrever conteúdo. A gente acredita que os insumos que temos hoje sobre comportamento de usuário estão criando ferramentas que vão permitir às marcas planejar toda a estratégia de conteúdo alicerçada na estratégia macro de marketing delas e saber qual direção devem ir para o conteúdo. A plataforma vai apontar os temas que devem ser abordados, em quais dias da semana, e em quais redes sociais. Isso ajuda as marcas a não dependerem de chute e saber como criar uma estratégia de conteúdo rica para impactar os usuários delas”, conta ele.

O CEO da NZN exemplifica o raciocínio com um pensamento bem simples. “O usuário que consume digital hoje viaja, vai para o médico, vai para restaurantes, compra produtos, serviços, sendo que todo esse tipo de interação que os usuários fazem com as marcas se dá através de consumo de conteúdo. A pessoa que vai comprar um computador, por exemplo, leu no TecMundo diversas coisas positivas ou negativas sobre computador e isso vai moldar a maneira como ela vai fazer o consumo lá na frente”.

Segundo ele, o trabalho é entender qual a maneira mais ideal de sensibilizar o usuário e que tipo de ação isso gera na ponta. “Estamos fazendo isso com ações que vão desde a arbitragem de conteúdo, começando a oferecer conteúdos diferenciados para alguns usuários que a gente identifica que estão na iminência de tomar uma decisão de consumo e também observando quais interações que levam eles a tomar uma decisão de compra. Estamos começando a mapear todas as interações dos usuários em nossos sites e redes sociais. Em 16 anos, a gente aprendeu muito bem a chamar a atenção do usuário”, avalia o executivo.

Diante de tudo isso, vender publicidade para os seus sites está longe de ser uma das prioridades da NZN. Tanto que a reestruturação da empresa envolveu o surgimento de cinco frentes – NZN Brand Studio, NZN Intelligence, NZN Social, NZN Media e NZN Content. “Hoje a NZN tem como objetivo principal criar uma plataforma de serviços para o mercado publicitário que vai muito além da veiculação. Não quero vender banner que todo mundo vende. E se a marca não tiver equipe para produzir conteúdo, a NZN também tem esse serviço. Temos estúdios para produzir vídeos, área de inteligência, social, mídia e produção de conteúdo”, fala Daliry.

De acordo com o executivo, o drive de tecnologia da NZN hoje é muito forte. “Uma plataforma de planejamento de conteúdo baseado em temas como estamos desenvolvendo não existe atualmente no mercado. A gente não só conhece a tecnologia, como tem também o comportamento do usuário”, reforça ele.