“Hoje a fraude robótica é o mais lucrativo crime cibernético”. Essa foi a afirmação de Luiz Kroeff, consultor de desenvolvimento de negócios da Tomoro\\ para América Latina, durante o painel “Adblocking e adfraud: prejuízo para marcas e publishers” da ABA Mídia, encontro promovido pela Associação Brasileira de Anunciantes, na última quinta-feira, na capital paulista.

“Essa fraude robótica rende US$ 7,2 bilhões”, disse o executivo.

Esse tipo de fraude, afirmou Kroeff, prospera em todos os tipos de mídias digitais. De acordo com um levantamento apresentado pelo executivo, 23% afetam o vídeo, enquanto 18% têm como foco o móbile. O estudo ainda revelou que 19% correspondem ao retargeting.

 “Os autores dessas fraudes são gangues organizadas que se sustentam da indústria da propaganda”, garantiu Kroeff.

Renato Suzuki/ Divulgação

Ainda segundo o consultor de desenvolvimento de negócios da Tomoro\\ Americas, 30% dos computadores dos Estados Unidos estão infectados neste momento. “Dois terços desse total são computadores residenciais e o restante, um terço, são máquinas corporativas”, afirmou.

Outra participante deste painel, Luciana Burger, head da ComScore Brasil, iniciou sua apresentação dizendo que é preciso atenção. “Precisamos ter a certeza de que estamos falando com pessoas e não com máquinas, com robôs”, enfatizou.

E ela tem razão. De acordo com um dado do IAB (Interactive Advertising Bureau), 36% do tráfego gerado atualmente podem ser invalidados. “A fraude de anúncios está ficando cada vez mais sofisticada”, garantiu.

A head da ComScore Brasil perguntou ao público se, por acaso, alguém sabia para onde as marcas estariam caminhando, baseado na polêmica da adfraud. Para Luciana Burger, o caminho é apenas um: aprofundar-se num terreno chamado audiência.

“Precisamos conhecer as audiências com as quais estamos lidando”, alertou. “É preciso, também, identificar quem trabalha direito, é como diz aquele ditado: é preciso separar o joio do trigo”, completou a executiva da ComScore Brasil. 

VÍDEO
O painel que abriu o segundo tempo de discussões do ABA Mídia falou sobre o protagonismo do vídeo não novo contexto da mídia. A geração de conteúdo, principalmente por meio de vídeos, foi o norte do debate. Julia Lamaison, media research e insight director da GfK do Reino Unido, apresentou um estudo sobre o consumo mundial dos conteúdos de vídeo e TV linear, realizado pela empresa no ano passado. A análise contemplou pessoas de 15 países, entre eles o Brasil.

A executiva alertou que as horas de acesso à TV tradicional não são mais as mesmas. “Hoje, grande parte das pessoas pode determinar o que quer assistir e quando”, disse Julia. O estudo apontou ainda que jovens entre 16 e 24 anos veem mais conteúdo no computador (39%) do que pessoas com mais de 55 anos (30%), sendo que estas assistem televisão com mais frequência (50%).