Mas será que foi tão ruim, assim? Pior! Muito Pior! A fotografia do Furacão Dilma, que devastou a economia do país, é tétrica. Acaba de ser revelada pela edição histórica (para que jamais esqueçamos) de Exame, Melhores e Maiores 2016. Se você não é assinante e não comprou, recomendo correr às bancas. Mas adiante poderá mostrar a seus filhos e netos e preservá-los advertidos, atentos e alertas para que tamanha barbaridade jamais se repita. Vamos aos números e aos fatos do que ocorreu com as 500 Maiores e Melhores empresas do Brasil.

1 – Como são essas empresas? Das 500, 48 são estatais; 199 estrangeiras; e, 253 nacionais;

2 – O que ocorreu com elas em 2015? As receitas caíram 4,6%; as dívidas subiram 12%; 178 mil empregos sumiram; o lucro de R$ 18 bi do ano anterior, 2014, converteu-se em prejuízo de R$ 19 bi em 2015;

3 – Desempenho por setor de atividade em vendas líquidas em relação a 2014. Essas 500 empresas estão agrupadas em 23 setores de atividades. Desses, oito registraram crescimento: Papel e Celulose, 22%; Produção Agropecuária, 15,4%; Química e Petroquímica, 12,1%; Transporte, 11,8%; Serviços, 9,5%; Bens de Consumo, 5,9%; Serviços de Saúde, 3,9%; Telecomunicações, 3,4%. Um ficou no zero a zero: Atacado; e os demais 14 retrocederam: Infraestrutura, -2,8%; Têxtil, -6,8%; Indústria Digital, -8,2%; Energia, -8,3%; Diversos, -9,6%; Varejo, -10%; Siderurgia e Metalurgia, -10,5%; Farmacêutico, -12,4%; Comunicações, -15,2%; Autoindústria, -16,9%; Eletroeletrônicos, -23,6%; Mineração, -24,0%; Bens de Capital, -29,5%; e o maior rombo foi na Indústria da Construção, -39,9%;

4 – Desempenho por setor no tocante a lucros em relação a 2014. Apenas três dos setores registraram algum tom, meio que desbotado, de azul. Os demais, vermelho. No azul, Serviços de Saúde, 297,9%; Serviços, 35,9%; Comunicações, 12,1%. E no vermelho, Bens de Capital, -10,0%; Bens de Consumo, -10,3%; Têxtil, -14,3%; Farmacêutico, -15,6%; Produção Agropecuária, -18,5%; Química e Petroquímica, -30,9%; Atacado, -45,8%; Diversos, -46,9%; Infraestrutura, -49,2%; Indústria da Construção, -65,2%; Varejo, -72,8%; Eletroeletrônicos, -76,4%; Papel e Celulose, -89,5%; Indústria Digital, -118,3%; Transporte, -153,2%; Autoindústria, -255,6%; Energia, -284,3%; Siderurgia e Metalurgia, -333,4%; Telecomunicações, -504,3%; e Mineração, -1.984,7%.

Paro por aqui. Tudo o mais está documentado na revista. O ano de 2015, definitivamente, é para jamais se esquecer. Para os que ainda alimentavam alguma esperança que a visão retrógrada, apodrecida e putrefata de um socialismo bolivarianista poderia trazer algum resultado, o resultado é o que a revista traz. Uma devastação, uma tragédia, um estrago que levaremos muitos anos para consertar, uma crise que só conseguiremos superar, de verdade, a partir de 2018 e se tivermos, finalmente, juízo. Nós, cidadãos brasileiros. Mesmo porque, se formos depender dos políticos… Neste final reproduzo um trecho do editorial com o meu testemunho de acompanhar a revista desde sua primeira edição, de que tem honrado seu compromisso. Fincado há quase 50 anos, pela família Civita: “Exame tem dado sua contribuição em defesa da democracia, promovendo valores como diversidade, livre iniciativa e empreendedorismo”.

É isso, querido amigo leitor, que também me acompanha no correr de 45 anos, todos os domingos, sem falhar um único. Quando comecei a escrever esta coluna, fazia algum sentido se falar em direita e esquerda, socialismo e capitalismo, e, mais recentemente, em coxinhas e jumentos vermelhos. Hoje perdeu a razão de ser. A divisão, no momento de ruptura, por que passa o mundo – política, econômica, social e tecnológica – nos coloca diante de duas alternativas: permanecer parados ou optar pela evolução. Em preservar-se antigo ou arriscar-se em ser moderno. Antes de ser eternos, como nos ensinou Carlos Drummond de Andrade, precisamos nos cansar de ser modernos. E ainda temos muito por caminhar.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing