O último trimestre do ano, considerado o mais aguardado pelo comércio, chega com baixa expectativa para os brasileiros. Nem as compras de Natal, tradicionais para o período, conseguiram elevar a intenção de compra, segundo pesquisa realizada pelo Provar (Programa de Administração do Varejo) e pela FIA (Fundação Instituto de Administração). O estudo foi conduzido em parceria com o Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo) e com a Felisoni Consultores Associados e revela que o índice de consumidores que pretendem efetuar uma compra de bens duráveis de outubro a dezembro é de 34,4%. O indicador é dez pontos percentuais menor do que o registrado no terceiro trimestre do ano e apresenta queda de seis pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a intenção de compra na internet também diminuiu: passou de 86,6% no trimestre passado para 82,5% neste trimestre.

De acordo com o diretor do IBEVAR, Prof. Nuno Fouto, o resultado é explicado pela “deterioração” das condições de compra. “De fato, no quarto trimestre do ano passado, depois de descontadas as despesas e o pagamento das dívidas, sobravam 10,8% do orçamento das famílias para novas compras. No entanto, para o mesmo período deste ano, sobram apenas 6,5%”, informa o professor.

Os dados da pesquisa foram obtidos a partir de uma pesquisa de campo que ouviu de 500 consumidores de varejo e 4.448 e-consumidores, no mês passado. Nas abordagens, realizadas na rua, os participantes foram indagados sobre os produtos que pretendiam comprar nos próximos três meses, em relação às seguintes categorias de produtos: linha branca, móveis, eletroeletrônicos, material de construção, informática, cine e foto, telefonia e celulares, cama, mesa e banho, eletroportáteis, vestuário, calçados, viagens de turismo, automóveis e motos e e imóveis.