No mercado da comunicação, é comum ouvir que o sucesso do cliente é também o da agência, mas para a J. Walter Thompson, a máxima tem ganhado novos contornos. Com a proposta de criar negócios próprios a partir do que tem de melhor, ela quer se tornar parceira estratégica para os anunciantes e não apenas fornecedora de serviços. “Sinto que o mercado fala muito dos negócios dos clientes e esquece que as agências também são um negócio importante, que precisam sobreviver, evoluir e, para isso, é necessário dinheiro”, explica Ezra Geld, CEO da J. Walter Thompson Brasil. 

Segundo o executivo, a chegada de André Paes de Barros, mais conhecido como PB, no cargo de chefe de receita, cumpre um pouco desse papel de criar novas oportunidades de verba, mas também o de começar a criar no cliente novas percepções sobre como a empresa atua.
“O PB é chefe do atendimento, está liderando o relacionamento com os clientes atuais, mas a gente tem de começar a alavancar também a cross polinização. Não adianta mais essa história antiga de chegar para o cliente e falar: eu vendo isso, mas vendo aquilo outro também. A proposta precisa agregar valor, por isso é preciso chegar de forma coerente, e essa é a responsabilidade do PB”, diz.

Outra solução da JWT que chega para fortalecer a empresa como parceira estratégica é a criação da Pangea, plataforma que usa sistema de inteligência artificial para plugar todos os escritórios da J. Walter Thompson Worldwide, possibilitando que funcionários em todo o mundo respondam dúvidas e contribuam com insights.

Segundo Geld, os processos internos de compartilhamento de informação dos clientes se tornam muito mais otimizados e dinâmicos.

Ele, que no fim do ano passado participou do projeto piloto lá fora, respondendo perguntas sobre planejamento em mídia, destaca que a experiência com a solução tem sido rica. “Imagine que dos 11 mil funcionários da rede, vamos dizer, que oito mil tenham conhecimento formado sobre determinado assunto. Isso é um reservatório irrestrito de inteligência à nossa disposição. A forma que acontecia antigamente era mais pulverizada. Tornamos esse processo mais automatizado e nichado para que as pessoas se localizem melhor”.

Ter pleno domínio de sua base de dados e da gestão propicia insights importantes para a sugestão de propostas mais relevantes, defende o executivo. Ter esse panorama faz com que a agência saiba exatamente quais as necessidades do cliente. Foi daí, por exemplo, que a JWT vem plantando sementes para a evolução da entrega dos seus produtos.

“A gente tem um casamento bem bacana de serviços verticais. Se você quer soluções de performance, a gente tem, de social, SEO, propaganda, temos tudo isso também. E estamos agora elaborando ainda a curadoria desse todo. Acho que o mercado está pedindo um parceiro que consiga juntar todas as pontas das mais variadas”.

Como um dos indicadores de que o posicionamento mais estratégico, de olhar para dentro de si, tem surtido efeito, a JWT tem conquistado número crescente de prêmios em grandes festivais, além de manter parcerias de longa data com grandes marcas, como a Coca-Cola, que completa, em 2017, dez anos na agência. Até 2012, a JWT também totalizava 30 Leões em Cannes.

Já nos últimos cinco anos, somou 35. Também levou neste ano o Facebook Award, prêmio global, na categoria Agir, com o case do chatbot Amigo Anônimo, para os Alcoólicos Anônimos Brasil.
“Somos uma empresa de comunicação, temos muitos serviços que podem ajudar o cliente nesse sentido, e a principal delas, claro, é a propaganda, mas nosso objetivo é que os anunciantes nos percebam como detentores de outras soluções que precisam ser plugadas ao seu negócio”, finaliza.