Depois que lancei o livro “Zaragoza, Olimpíadas e Futebol Arte” já voltei a todo vapor para o universo feminino.
Durante toda minha vida de artista plástico e publicitário gostei de ficar nesse mundo das mulheres, da estética, da beleza, da sensualidade e tudo mais. Elas contagiam, não tenho a menor dúvida de que elas são donas do muito faz tempo.
Quando pintava, ainda menino na Espanha, já gostava de desenhá-las. As curvas e os traços que remetem à forma da mulher sempre me agradaram. No mundo da propaganda sempre achei interessante ter mulheres nos filmes e anúncios criados pela DPZ porque elas gostam de ser ver, de comparar, são elas que movem a economia, que consomem e tem a devida sensibilidade para entender que a beleza não é única, que estilos diferentes fazem sucesso e como conquistar o homem que deseja da maneira mais sutil que se possa imaginar.
Quando o alinhamento internacional de contas tirou a Avon da nossa carteira de clientes a primeira coisa que me passou pela cabeça foi imaginar a falta de batons circulando pelos andares, de termos reuniões no meio de todos aqueles produtos que elas usam para ficarem ainda mais bonitas e sensuais, das pesquisas que procuram entender o que as jovens e as mais experientes pensam sobre estética, poder, rejuvenescimento e outros temas pertinentes. Meu estúdio, onde pinto diariamente, foi testemunha da minha reflexão sobre a falta de uma conta sem todos esses elementos.
Quando vencemos a concorrência da Mantecorp para a linha New Care, confesso que fiquei entusiasmado mais do que todos na agência. E com o passar do tempo pude perceber que eles também queriam, e querem construir uma nova linguagem publicitária para o segmento. Assim que a primeira campanha foi ao ar e apresentamos a marca para as consumidoras me senti realizado. Aliás, de tão realizado, aviso a todos que minha próxima empreitada será um livro com ilustrações de desenhos eróticos. Vejam o que as mulheres fazem com a gente.

José Zaragoza
*Sócio e diretor de criação da DPZ
zaragoza@dpz.com.br