Fundadora e CEO do Sustainable Life Media, KoAnn Vikoren Skrzyniarz enxerga um futuro promissor para as marcas mais comprometidas com a sustentabilidade e com a inovação. Segundo ela, essas serão as marcas “feitas para durar” dos próximos 100 anos. KoAnn fala que não é mais sobre se ou quando elas começarão a colocar nossa saúde e a saúde do nosso meio ambiente no centro de sua inovação. “É sobre como, e com que velocidade”. Sob sua direção, são realizadas anualmente cerca de 12 conferências Sustainable Brands, o evento mais importante do mundo da sustentabilidade envolvendo marcas e empresas. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Divulgação

Amazônia

O Brasil é uma economia global importante e foi um dos primeiros países a estabelecer o evento e uma comunidade de marcas sustentáveis após o lançamento inicial nos Estados Unidos. Estamos construindo nossa comunidade no Brasil há mais de cinco anos. Naturalmente, um dos maiores riscos que enfrentamos coletivamente como comunidade global é o de desmatamento na Amazônia. Assim, o que ocorre no Brasil é importante para todos nós ao redor do mundo. Nós sabemos que os brasileiros são apaixonados, criativos, inovadores e preocupados com sua evolução como player na economia global.

Valor

O SB agora chega a mais de 1 milhão de líderes empresariais e outras pessoas que se importam com o papel das marcas em ajudar a liderar o caminho para um futuro melhor para o mundo. Temos comunidades de aprendizagem em todos os continentes, com mais de uma dúzia de conferências realizadas todos os anos para apoiar essas comunidades. Esperamos que nossa comunidade global siga crescendo, até que um dia todas as marcas no futuro tenham sucesso porque ajudaram a eliminar o impacto negativo no ambiente e na sociedade, concentrando o foco em criar valor para seus clientes.

Inovação

Nossa comunidade de líderes de sustentabilidade, marcas e especialistas em inovação vê a necessidade e, mais importante, a oportunidade para as marcas inovarem rapidamente para atender às atuais aspirações dos consumidores, reduzindo os danos que involuntariamente realizaram em muitos casos para o meio ambiente e em suas cadeias de fornecimento. Para a nossa comunidade, não é mais sobre se ou quando elas começarão a colocar nossa saúde e a saúde do nosso meio ambiente no centro de sua inovação. É sobre como, e com que velocidade. Já vemos uma aceleração do ímpeto entre marcas pequenas e disruptivas, mas também, cada vez mais, entre grandes marcas globais que correm o risco de se tornarem irrelevantes em um mundo em mudança. Isso nos dá grande esperança para o futuro.

Desafio
Tenho certeza de que estamos, possivelmente, a uns bons 20 anos de um “novo normal” para a forma com que as marcas e as empresas são gerenciadas – mas estamos no caminho certo, e há provas suficientes dos riscos e oportunidades dessa mudança, e de que não há retorno para o jeito de ganhar do século 20. Todos os sinais apontam para o futuro – e as marcas mais comprometidas, que aprendem mais rápido, operando a partir de um lugar de inovação para o todo em vez de medo, serão as marcas “feitas para durar” dos próximos 100 anos.

Exemplos
Os países escandinavos e os países baixos estão entre os mais avançados pensadores quando se trata de inovação para a sustentabilidade. A Europa tem sido bastante progressista na questão regulamentar, permitindo que as marcas tenham um ambiente mais seguro para ingressar neste território. Os Estados Unidos estão chegando rapidamente, dado que tantas das marcas globais do mundo estão sediadas aqui, e eles têm a vantagem de ver mais do que está ocorrendo em todo o mundo. A África do Sul é um incrível centro de inovação para a sustentabilidade, há muitos experimentos em curso, e também vejo uma inovação social interessante na América do Sul. A China, é claro, vai liderar o caminho da energia verde, mas não tenho certeza sobre outras vias para a inovação das marcas, mas não devemos descartá-las. O Sudeste Asiático, juntamente com a Austrália/Nova Zelândia, tem muitos caminhos a seguir. Mas esta é uma ampla generalização, pois há revolucionários inovadores em todo o mundo.