“Tudo que sabemos é que nada sabemos”. A expressão é de Sandra Martinelli, presidente-executiva da ABA, na abertura do Marketing in Rio, evento realizado no último dia 25. “Hoje, os profissionais de marketing procuram criar valor nos relacionamentos entre marcas e pessoas, usando novas ferramentas ou reinventando as que já estavam em uso. Se as pessoas estão conectadas, o marketing também está e soluções inteligentes colocam cada vez mais a tecnologia a serviço da criatividade. O caminho para que as marcas possam ser inseridas de forma relevante na jornada dos consumidores passa pela exploração dos recursos digitais de forma adequada”, enfatizou Sandra.

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Na palestra Marketing mais maduro e conectado: adaptação aos novos cenários do consumo digital, o tom da executiva Roberta Giordano, gerente de marketing publicitário da Globosat, foi que as conexões se estabelecem pela emoção.

“O poder está na mão da audiência. Se todos têm voz, a criatividade precisa gerar valor, tanto da parte da programação como da publicidade. O novo cenário não mata o broadcasting, apenas fortalece as partes relevantes. Estamos na era dos influenciadores e esses personagens trazem uma nova audiência. Criamos o VIU Hub para identificar talentos digitais e mergulhar nesse universo de complementariedade”, ela explica, lembrando o projeto Guacamole da paixão, que uniu a Globosat, a DPZ&T e o McDonald’s. A Globosat também criou o Cobra (Comunicação & Branding), área que ajuda na conceituação de projetos para os seus canais e clientes.

Pupo Neto, diretor de marketing da OLX, que mediou o debate da exposição de Roberta, destacou que as pessoas agregam novos hábitos diante de novos desafios. Ele citou, como exemplo, a crise de água em São Paulo e o quase apagão energético com a baixa dos reservatórios. “Ninguém consome água e luz do mesmo jeito”, diz Pupo Neto fazendo relação com a publicidade. “Para o consumidor não considerar a comunicação brega, ela precisa ser compreendida como um todo como se fosse um meme”.

“Métricas e audiência: como simplificar a análise de índices e ampliar o ROI”, foi o tema abordado por Luciana Burger, diretora da comScore Brasil. Ela comparou a era digital às antigas classes escolares, quando se podia excluir a matemática com a opção pelas ciências humanas. “Agora, quem não sabe fazer contas vai ter de passar a gostar”, resume a executiva.

Ela, porém, rcecomenda a relevância como principal métrica. “O digital é como um painel da cabine de um avião: tem muitos botões, mas o piloto precisa botar a aeronave para voar. Isso significa que um número isolado não significa nada. A performance da campanha entregue no digital é que conta, mas depende da qualidade do inventário”, argumenta Luciana.

Atingir o target certo é algo que 52% das estratégias contemplam, mas o perigo é que 53% não são vistas por motivos como o tempo de carregamento da mensagem. A diretora do comScore alerta que muita vezes escolher o preço menor pode acarretar um investimento maior e riscos. “Às vezes uma conta um pouquinho maior pode ser mais certeira”, recomenda. “O GRP humano é que vale, porque o usuário é gente. Robôs só ampliam volume. Mas robô não tem cartão de crédito”, finaliza.