Agora em maio, o primeiro filme do Homem de Ferro completa dez anos. A data será celebrada com a estreia do aguardadíssimo Vingadores: Guerra Infinita, que chega aos cinemas do Brasil em 26 de abril. Mas é preciso falar sobre tudo o que aconteceu nesta década que passou e o quanto os 18 filmes que a Marvel Studios colocou nas salas mudaram o cenário de Hollywood.

Até o diretor/ator Jon Favreau escalar Robert Downey Jr. como Tony Stark/Homem de Ferro, o ator estava tentando recuperar seu status. Todo mundo sabia de seu potencial artístico, mas seus problemas fora do estúdio o levavam constantemente para as páginas dos tabloides, delegacias de polícia e clínicas de reabilitação. Com a cabeça no lugar, ele se posicionou como um dos maiores astros do cinema – entre 2012 e 2015 foi também o maior cachê de Hollywood.

O crescimento de seus pagamentos tem muito a ver com a política da Marvel de criar um universo coeso em que os heróis e vilões coexistem. O carisma de Downey Jr. e seu personagem o colocaram no centro da história, como um dos protagonistas do supergrupo Vingadores. Porém, havia aí um problema: seu contrato inicial não previa tantos filmes. E assim, cada filme extra – fosse ele protagonista ou apenas um coadjuvante de luxo – ganhava uma nova negociação cheia de zeros. 

Vendo a enrascada em que estava metida, a Marvel tratou de amarrar melhor os contratos dos atores que vieram depois, com durações de seis a sete filmes, algo impensado anteriormente, quando trilogias eram o máximo que cada estúdio pensava. Acontece que essas múltiplas presenças somadas aos filmes solo fazem com que o elenco principal do primeiro Vingadores esteja todo com a sua cota já cumprida a partir de Vingadores 4. E é por isso que fala-se tanto que os próximos dois filmes do supergrupo vão mudar o que conhecemos do Universo Marvel nos cinemas.

Mas voltando ao primeiro Homem de Ferro, vamos pensar no tanto que o cenário dos filmes mudou de lá para cá. Com o sucesso da ideia de universo, outros estúdios decidiram apostar também na ideia de algo maior. Temos, então, o universo mutante na Fox, Deadpool utilizando (com muita zoeira) elementos dos X-Men e os Novos Mutantes chegando ano que vem; o já cancelado universo dos Monstros da Universal; Star Wars expandindo suas fronteiras para além da família Skywalker; e, claro, a DC tentando unir Batman, Superman, Mulher-Maravilha e cia., que ainda não deu certo. 

Foram dez anos de muitas mudanças e muitos bons filmes. Como fãs, só podemos agradecer e festejar indo ao cinema mais e mais.

Marcelo Forlani é diretor de marketing e sócio-fundador do Omelete Group