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Sundar Pichai, CEO do Google, afirmou que a Inteligência Artificial (IA) deverá ser responsável pela maior e mais disruptiva revolução industrial já vista. O executivo foi além e disse que talvez a IA seja  mais impactante que a eletricidade ou o fogo. E, quando a gente vê que um carro que dirige sozinho já é uma realidade, fica fácil entender o que está por trás dessa afirmação: essa tecnologia vai mudar tudo e vai mudar muito rápido.

Se pararmos para pensar, já mudou. Não conseguimos mais nos imaginar sem ela. Hoje, ninguém mais precisa (ou quer) estudar o mapa de uma cidade ou ouvir a rádio de trânsito para saber a rota mais rápida até o trabalho. Ninguém quer perder tempo para se tornar um especialista em ruas e atalhos, ou para saber todos os acidentes e protestos que podem estar no caminho. Pra quê? É só abrir um aplicativo no celular e pronto: automaticamente você é o maior expert de trânsito.

Mas e aí? O que esse momento revolucionário significa para nós, criativos? O que podemos fazer com essa tecnologia para ajudar marcas a surfar essa gigantesca onda? Para responder essas e outras perguntas, o Zoo, a área criativa do Google Brasil, fez uma extensa pesquisa lançada em Cannes na segunda-feira, dia 18, para um grupo seleto de VPs de Criação. E vamos dividir os principais achados com vocês:

Primeiro, vamos dar alguns passos para trás e entender na essência o que a inteligência artificial faz. De forma bem resumida, essa tecnologia é fenomenal em aprender sozinha a encontrar padrões. E, para isso, é necessário uma base ampla de dados. Seguindo no exemplo anterior, encontrar padrões no trânsito da cidade a partir de dados de muitos motoristas. A partir daí, vêm as aplicações desses padrões. Nesse caso, encontrar uma rota mais rápida, mesmo que às vezes mais longa.

E esse exemplo é perfeito para sintetizar o grande potencial que enxergamos na inteligência artificial: nos livrar de tarefas mecânicas, deixando mais tempo e energia para sermos criativos. E a grande notícia é que todos queremos ser mais mais criativos. Uma pesquisa da Ipsos de 2017 mostra que vídeos de faça você mesmo no YouTube tem mais retenção de audiência do que qualquer outra categoria.

Faça um teste simples você mesmo. Entre no Google, brinque com o autocomplete (ele em si, também uma IA), teste várias versões de “fazer x como…” e deixe a máquina sugerir o resto: “como se vestir como”, “como dançar como”, “como viajar como” e assim por diante. O mais interessante que vimos é que as pessoas não querem apenas a parte prática, por exemplo, de se vestir, mas a experiência completa de um estilo ou personalidade. Por isso, a sugestão da busca é “k-pop idol”, “Kim Kardashian”, “arlequina”, entre outras.

O grande insight?As pessoas querem viver experiências como experts, mas sem as 10 mil horas de prática. Quem nunca quis tocar como o Jimi Hendrix, dançar como a Anitta, investir como o Warren Buffet ou cozinhar como Jamie Oliver?

A inteligência artificial entra para trazer o conhecimento instantâneo que você não quer ou não tem tempo de aprender. Praticamente funcionando como uma prótese do cérebro para expandir a capacidade criativa de qualquer ser humano.

Para concluir, já que somos uma empresa de engenheiros, vamos colocar a moral da história em uma fórmula: humano + inteligência artificial = criatividade aumentada. A grande oportunidade para marcas é proporcionar essa experiência de ser um expert instantâneo por meio da inteligência artificial.

Se todo mundo quer ser criativo, ninguém melhor do que nós, criativos de profissão, para ajudar pessoas e marcas nessa jornada.

Felipe Morales e Caio Franchi* são  diretores de criação do The Zoo, no Google Brasil.