Depois de quatro anos de obras, será inaugurado sábado (19) o Museu do Amanhã, um museu de ciência ambientado em uma impressionante construção de 30 mil metros quadrados idealizada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava, que usará ambientes audiovisuais, instalações interativas e jogos voltados para pensar e projetar as possibilidades de construção do futuro. O museu examina o passado, apresenta tendências do presente e explora cenários possíveis para os próximos 50 anos, norteado pelas perguntas que acompanham desde sempre a humanidade: De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? Como queremos ir?

A obra tem o patrocínio master do Banco Santander por 10 anos, que investiu um total de R$ 65 milhões. O projeto nasceu da parceria da Prefeitura do Rio de Janeiro com a Fundação Roberto Marinho, que coordenou todas as captações de parceiros e conteúdo.  Conta ainda com a BG Brasil como mantenedora e o apoio do Governo do Estado via Secretaria de Estado do Meio Ambiente e do Governo Federal, por intermédio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O Museu fica na Praça Mauá e integra o projeto de revitalização do Porto Maravilha, região portuária da capital carioca. Sua construção só foi possível depois da demolição do Elevado da Perimetral e da “reapropriação” da região do porto como espaço de convivência.

Na grande “nave” do Museu do Amanhã, perspectivas para os próximos 50 anos são exploradas por meio dos temas Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhã e Agora. As experiências foram desenvolvidas por um extenso grupo de artistas e criadores – como as produtoras O2, Conspiração e TV Zero, o jornalista Marcelo Tas e o artista plástico americano Daniel Wurtzel –, reunidos, assim como os cientistas, a convite da Fundação Roberto Marinho.

Ao entrar no Museu do Amanhã, a primeira experiência é Portal Cósmico e um filme imersivo produzido pela O2 através do núcleo Outras Telas,  projetado num grande domo esférico.

“A ideia é que o filme coloque o visitante num outro estado de espírito, tire-o da Praça Mauá e ajude-o a baixar o batimento cardíaco e mudar a frequência cerebral”, diz Fernando Meirelles, autor do projeto.

Para chegar a estes aproximados 8 minutos de filme, uma equipe liderada pelo diretor Ricardo Laganaro trabalhou por três anos.

“Queríamos trazer imagens diferentes, espetaculares e impactantes; dignas do tamanho e o formato da tela que temos no Museu”, disse Ricardo.

Um dos grandes desafios de produzir os oito minutos do filme imersivo foi a construção das imagens. O filme mistura cenas captadas por câmeras de altíssima resolução com outras compostas em 3D. Uma das curiosidades deste trabalho é que mesmo as imagens construídas na Pós partiram de uma cena filmada em estúdio. Maeve Corona, produtora do núcleo Outras Telas, conta que levou um profissional de efeitos especiais para o estúdio para filmar a base de cenas que abrem o filme. A trilha sonora é da Loud.

Na área chamada Antropoceno, a era do humano, seis totens com 10 metros de altura e três de largura dispostos em círculo numa instalação fazem alusão ao monumento Stonehenge, na Inglaterra, e neles é exibido um filme de grande impacto visual sobre a aceleração da atividade humana na Terra e suas consequências hoje. A direção é de Vicente Kubrusly, da Conspiração Filmes, junto com Melissa Flores.

O visitante pode ainda explorar mais o tema em quatro “cavernas”, onde vídeos (produzidos pela TV Zero) e interativos (da 32 Bits) mostram causas e consequências do Antropoceno, além da aceleração das atividades econômicas e de seus impactos.

Outro ambiente inspirado em uma oca, “casa” de conhecimento indígena, onde os mais velhos contam aos mais jovens os conhecimentos que fundamentam a cultura, tem como elemento central é um churinga, objeto da cultura aborígene australiana que representa os conhecimentos passados adiante e elo entre gerações. A estrutura de madeira ganha vida e movimento com mais de mil lâmpadas, que se acendem e mudam de cor – os tons remetem ao nascer e pôr-do-sol – em sintonia com uma suave trilha sonora, numa experiência sensorial assinada pela arquiteta Mônica Lobo, o designer Muti Randolph e o compositor Lucas Marcier.

A área dedicada às exposições temporárias será aberta com a instalação audiovisual “Perimetral”, assinada por Vik Muniz, Andrucha Waddington e o escritório de design SuperUber: imagens da implosão do Elevado da Perimetral se combinam a uma ceno- grafia imersiva em uma experiência de grande impacto visual. A exposição seguinte será “Santos Dumont – o grande visionário brasileiro”, que abre no primeiro semestre de 2016. Iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com patrocínio exclusivo da BG Brasil e apoio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a mostra vai ressaltar o caráter inventivo e futurista de Santos Dumont.