A TV por assinatura passa por um momento de transformação. O encontro de novas telas com a segmentação dos canais levou o espectador a procurar a TV paga por sua agilidade em aprofundar assuntos. Ela, por sua vez, investiu em vídeo on demand e TV Everywhere, oferecendo conteúdo premium. Entre 2011 e 2017, segundo o Mídia Fatos, o Brasil é o oitavo mercado, com 56,2 milhões de pessoas com acesso aos canais. O setor teve uma queda de 2% na base de assinantes, ao mesmo tempo que a audiência do primeiro semestre deste ano registrou o maior número desde 2011. Oscar Simões, presidente da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), fala sobre as expectativas e os desafios do mercado.

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Balanço 

Foi um ano bastante difícil. Tivemos perda de base ao longo do ano e isso não é bom sinal. O lado positivo é que a audiência veio crescendo. Houve um momento significativo para disponibilizar o conteúdo em diversas plataformas e, cada vez mais, as pessoas podem assistir o que, onde e quando quiserem e, nesse sentido, eu acho que estamos bem.

Desafio

Cada vez mais as pessoas estão migrando para a TV paga. Eu tenho uma base menor de assinantes, mas as pessoas estão assistindo mais. As razões são as mais diversas, seja pela descoberta do conteúdo, canais segmentados, seja porque elas estão mais em casa. O fato é que a TV paga tem se tornado uma alternativa interessante na relação custo/benefício.

Assinantes

A base está em 18,5 milhões de assinantes e este ano, provavelmente, vamos ter uma queda de 2%, o que significa algo em torno de 300 mil assinantes. Como associação, a gente tem feito uma mobilização grande pelo combate à pirataria, que é um dos agressores importantes na atividade de TV paga. Temos milhões de ‘assinantes’ piratas. Se inibir a pirataria, parte desses espectadores pode se converter e teremos um crescimento bastante robusto da nossa atividade. A principal razão para a queda no número de assinantes é de ordem econômica: elas não têm dinheiro para pagar.

Publicidade

A TV paga tem sido a segunda plataforma, atrás da TV aberta, mais investida pela publicidade. O branded content tem crescido em relação à publicidade tradicional.

VOD

Percebemos grande tendência para o vídeo on demand (VOD), e cada vez mais as pessoas vão querer estar no controle do que assistem. Mas, na realidade, hoje, tem uma tendência e eu acho ainda que as ofertas são mais complementares do que concorrenciais. Eu não tenho notícia de que a migração da base de assinante tenha sido por conta da ida para outras plataformas, como de streaming.

SIMBA

SBT, RedeTV! e RecordTV se uniram e formaram a Simba, que tem a incumbência de negociar a remuneração do conteúdo com as operadoras. É um direito fazer isso, mas o desafio da TV paga é não permitir que haja um aumento de custos.

Copa 2018

A Copa é um evento que mostra a força da TV paga. Não tenho dúvidas de que a oferta de jogos que a TV deve trazer será um show de imagens e de qualidade. É um momento bem interessante, que vai nos ajudar bastante.

Expectativas

Queremos retomar o nosso nível de crescimento para que possamos estabilizar e voltar a crescer. Mas isso depende, evidentemente, da recuperação econômica. Esperamos que isso impacte o emprego, a renda, e as pessoas possam consumir mais o nosso produto. É a nossa aposta e esperança. Estamos trabalhando para isso.