É hora de fazer. Assim é definido o momento atual do mercado publicitário e do Brasil por Fernando Musa, presidente do Grupo Ogilvy Brasil. “Tem de brigar para o país andar para a frente, tem de tocar nas feridas, tem de fazer as reformas que precisam ser feitas, que são fundamentais para o negócio andar e para melhorar para todo mundo”, diz. 

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Que o mundo passa por mudança, é óbvio, mas as alterações são para todos. “O nosso mercado é só mais um. Essa revolução tecnológica e científica do mundo é irreversível. O desafio é enorme, mas é bom. Tem de aprender fazendo, errar, corrigir… tem de acertar e errar rápido”, fala Musa. Para o executivo, “a receita hoje é fazer de um jeito simples, claro, transparente, sem conceituar porque tudo muda”.

Alinhado com o posicionamento global Make brands mather, a operação brasileira do grupo decidiu que, depois de um 2016 difícil, era hora de sacudir a poeira e fazer 2017 acontecer. “Você para, olha e começa a ver quais são os desafios, quem vai seguir, quem vai sair, o que nós vamos ajustar. Então, a gente abriu este ano com o espírito de fazer. Vamos parar de reclamar, e fazer”, diz. O novo posicionamento do grupo se apoia no tripé unificar, simplificar e clarificar.

“O que está faltando, na verdade, é a gente pegar uma bandeira positiva e otimista. Acho uma tremenda oportunidade para as marcas e para nós, publicitários, dizer: caramba, nós estamos andando para a frente, o que está ocorrendo é bom. Falta entender que o processo que a gente está passando é um processo de amadurecimento. Quando você cresce fisicamente dói, é a dor do crescimento. As marcas têm de inspirar, a iniciativa privada tem de dar o exemplo. Vamos discutir as grandes questões, mas vamos trabalhar dentro de casa o que a gente fala nos palquinhos por aí ao microfone”, afirma.

Musa cita que duas campanhas premiadas este ano em Cannes – VR Vacina, para o laboratório Hermes Pardini, e Meninas Fortes, para Nescau da Nestlé – têm em comum a capacidade de observar as pessoas de maneira real. “Não adianta a tecnologia por tecnologia. É o que a tecnologia faz de bacana para as pessoas, com problemas de verdade. Essa capacidade de observar as pessoas, a vida, os comportamentos e as emoções é o grande talento que a gente tem como publicitário. Vamos trazer as experiências reais para a mesa. A gente antigamente não tinha tanta informação, então nós tínhamos de nos colocar no lugar do outro. A gente está perdendo isso”, conta.

Entre as novidades do grupo neste ano está a criação da OgilvyRed, uma consultoria especializada em estratégia e inovação. A Ogilvy Brasil também passou a contar com o Content Studio, uma estrutura de criação, produção e monitoramento de conteúdo digital, liderado por Toni Ferreira, diretor-geral de estratégia digital, e Daniel Martins, diretor de operações. A agência ainda ganhou o Cognitive Studio, uma área para explorar a computação cognitiva nas entregas da Ogilvy e trazer novas possibilidades. A Voz da Arte, criado em parceria com a IBM e premiado em Cannes neste ano, é uma mostra do que pode ser feito.

Em 2017, a agência também conquistou contas, como Telhanorte, CCAA e Printi, e o prédio que abriga a operação passará por uma reforma. “Vamos tirar do papel uma reforma que vai mostrar o que é importante”, finaliza.