Divulgação

Única mulher entre oito sócios da empresa de desenvolvimento de marketing digital Headway, de origem argentina e com atuação em 19 países, a brasileira Andrea Orsolon é realista em relação aos investimentos publicitários em mobile no país. “O ano do mobile já aconteceu. A expectativa para este ano é que 50% dos pedidos para Black Friday tenham sido feito via mobile. O que não vai acontecer é o mobile competir com o volume de investimento de uma Rede Globo”, destaca ela, que abriu a operação brasileira há cerca de dois anos.

No entanto, a executiva ressalta que a audiência do mobile é crescente e já é maior do que a do desktop no digital. Outra observação que faz é sobre a existência de um certo preconceito em relação à inserção de propaganda em jogos para celular e do enorme potencial do mobile gaming. “Nós fizemos uma pesquisa na América Latina e você vê que a pessoa gasta muito tempo jogando. Ali é um momento de diversão em que o consumidor pode ver a publicidade. E a faixa etária não é só de adolescente, tem gente com 40+, 50+ e até 60+ jogando muito”, diz.

Entre outros highlights do estudo Latam: A nova fronteira do mobile gaming estão números como: o mercado de jogos movimenta US$ 5 bilhões na América Latina; a receita total do Brasil em jogos em 2018 será de US$ 1,45 bilhão, 20% a mais que 2017; espera-se que metade da receita total de jogos venha de aplicativos móveis até 2021. De acordo com o estudo, existe uma grande oportunidade no mercado latino-americano, com 220 milhões de jogadores, dos quais 44% fazem algum tipo de compra in-game, liderado pelo Brasil e México. Com o faturamento de 2018, a América Latina já é o quinto maior mercado de jogos para celular, atrás apenas da China, Estados Unidos, Japão e Coreia. No Brasil, 50% das pessoas com acesso à internet jogam em aplicativos mobile.

Branding
Outra oportunidade que Andrea enxerga no Brasil são as chamadas campanhas de branding em mobile. Segundo ela, a Headway já está bastante consolidada em campanhas de perfomance, que além de incentivar o cliente a baixar o app, existe uma negociação pós-instalação, como nos casos de abertura de conta bancária ou corridas de táxi, por exemplo. No caso do branding, é só mesmo o incentivo de download. “Tem muita agência que precisa de campanha de um download básico, como por exemplo o aplicativo PlayPlus que a Record TV lançou. No momento, eles só querem que as pessoas baixem o app, que é gratuito”.

De acordo com a executiva, as agências ainda têm bastante dificuldade em planejar mobile. “É nisso que a gente entra para ajudar. Pelas conversas que estamos tendo com os VPs de mídia, ainda há bastante espaço”, conta Andrea.

Ela também cita o recurso de geolocalização da plataforma da Headway. “Temos dentro da plataforma um layer de data que funciona por geolocalização e podemos atingir todas as pessoas que passaram nos últimos dias no Pão de Açúcar, por exemplo. Aí a gente consegue, usando essa tecnologia de geolocalização, mapear as pessoas que são clientes do Pão de Açúcar. E poderia ser qualquer estabelecimento comercial. No Brasil, são 5,5 milhões de estabelecimentos mapeados. Então, o que interessa é o que a pessoa está fazendo e não em qual aplicativo está”, salienta a executiva. Ela acrescenta que a Headway não trabalha com campanhas no Google, Facebook e Twitter.

Andrea conta que 2018 foi um ano muito bom para a Headway no Brasil. “Já batemos a meta do ano. A parte de performance vai muito bem, mesmo em momentos de crise, porque o cliente tem de vender. A gente cresceu 60% em relação ao ano passado e em 2017 já foi um volume de venda alto”, fala. Em 2019, a executiva vê com bons olhos o mercado de mobile marketing e projeta crescimento da equipe, inclusive. Entre os principais clientes da Headway no país estão grandes marcas como Itaú, Bradesco, Santander, Banco Safra e Privalia.