O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil apresentou queda de 0,6% no segundo trimestre, estimado em um montante de R$ 1,271 trilhão, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No acumulado de 12 meses, a economia brasileira avançou 1,4%. Com os resultados deste trimestre somados à baixa de 0,2% contabilizada nos primeiros três meses do ano, o País agora se configura em “recessão técnica”, caracterizada por um encolhimento em dois períodos consecutivos.

A última vez que o Brasil entrou em recessão técnica foi no final de 2008 e no começo de 2009, concomitantemente com a crise financeira dos Estados Unidos que afetou negativamente a economia mundial. Na época, os recuos foram de 4,2% e 1,7%, respectivamente, mas rapidamente retomados por avanço de 1,9% no segundo trimestre de 2009.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os números ruins deste ano se devem também à seca e à crise de energia, e espera resultados melhores em 2015. O governo tem a expectativa de evolução de 3%, marca consideravelmente superior que a previsão estimada pelo mercado, de 1,2%. Embora o termo “recessão” ainda seja colocado em disputa por parte do mercado, o baixo desempenho deste trimestre condiz com as previsões feitas pelo Banco Central, que apontou retração de 1,2% há duas semanas.

Também existem ressalvas a serem tomadas sobre a gravidade desta classificação, como a realização de eventos não-recorrentes como a Copa do Mundo, que diminuiu o número de dias úteis, impactando nos resultados econômicos. Embora sejam períodos diferentes, é possível apontar a Copa como um dos contrapesos no resultado positivo da publicidade. Na última semana, o Ibope apontou evolução de 14,6% no investimento publicitário considerando o primeiro semestre de 2014 em comparação com o mesmo período de 2013.

Indústria e serviços apresentam retração

O setor que apresentou melhor resultado foi o agronegócio, com elevação de 0,2% em relação ao trimestre anterior, enquanto a indústria apresentou as piores marcas, com recuo de 1,5%, enquanto os serviços faturaram 0,5% a menos que o calculado na primeira medição do ano.

Dentro da indústria, o único segmento de boa performance foi o extrato de minério, com evolução de 3,2%. Resultados negativos afetaram a construção civil (-2,9%) e indústria de eletricidade e gás, água esgoto e limpeza urbana (-1%).

De acordo com o IBGE, o investimento das empresas apresentou forte declínio de 5,3%, também no segundo trimestre de retração e com o maior índice desde a crise de 2009. O principal fator que contribui para esta queda é a diminuição da confiança do mercado e também do consumidor.