Antes da internet e da existência de buscadores, como o Google, era nas listas telefônicas que se encontravam informações sobre produtos e serviços próximos de casa. Com a chegada do digital, o público passou a buscar os fornecedores na rede. É neste contexto que a Planeta Serviços Digitais, do Grupo Estado, foi criada, substituindo a Oesp Mídia. “A Planeta nasceu no final do ciclo de Páginas Amarelas. A Oesp Mídia tinha um papel importante no mercado e, como ocorreu no mundo todo, o papel morreu frente a internet. Migramos para os serviços digitais com o mesmo objetivo. Mudou apenas a forma. É uma transformação que parece simples, mas é desafiadora”, conta Claudio Souza, diretor-geral da Planeta. As Páginas Amarelas pararam de circular em 2013.

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Um dos desafios é que, ainda hoje, nem todos pequenos e médios empreendedores já perceberam a importância de ter sua empresa ao alcance de todos. De acordo com o executivo, 70% das pequenas e médias empresas não têm presença na internet. “Os empreendedores entrantes são jovens de uma forma geral, com um perfil já bastante diferente dos empreendedores de 20, 30 anos atrás, mas esses ainda são muito representativos. Cerca de 60% do mercado é formado por pessoas que têm muita dificuldade com tecnologia”, diz.

Entre os serviços oferecidos pela empresa estão sites, e-mail marketing, aplicativos, lojas virtuais, Google Adwords e SEO. Uma das novidades deste ano, é a mídia programática. “Começamos a olhar o que está sendo feito e empacotar para as pequenas e médias. Conseguimos fazer o que as grandes já fazem com qualidade e traduzir isso em modelos de negócios que trazem com um preço razoável para as PMEs. O desafio é fazer o dinheiro deles render”, afirma Souza.

Outra aposta da empresa para 2016 é a criação do programa Meu Site de Graça, no início de abril. Os clientes poderão se inscrever por meio de um hotsite e, se escolhidos, vão ter seu site criado pela empresa. Serão feitos de 100 a 200 sites por mês. “Estamos procurando patrocinadores para aumentar essa capacidade para até mil por mês. O que a gente quer é participar desse ingresso do pequeno e médio no mundo digital. Qualquer outro serviço que ele quiser, estaremos lá para oferecer”, explica.

Segundo Souza, que está na empresa desde outubro de 2014, a Planeta agora está em busca de inovação para oferecer aos clientes. “Tínhamos um posicionamento de followers. Olhávamos o que os concorrentes, como Guia Mais, Apontador e Locaweb, estavam fazendo e copiávamos. Agora a gente começou a olhar para o resto do mundo e ver o que é adaptável para a nossa realidade, para trazer por um preço decente”, afirma.

Uma das vantagens apontadas pelo executivo é que o pequeno e médio empresário não fica testando fornecedores. A capacidade de fidelidade deles é boa. O preço da nova tecnologia também é outro ponto positivo. “Nas Páginas Amarelas, o tíquete médio era de R$ 3 mil a R$ 4 mil por mês. Hoje fica entre R$ 800 e R$ 1.000”, conta.

O digital tem características específicas. Os canais de comunicação têm de estar sempre atualizados. “O papel durante anos quase não mudou o modelo. Mas se eu mantiver o mesmo layout no site por muitos meses, eu começo a ficar não competitivo”, explica o executivo.

A empresa está comemorando os resultados de 2015. “O ano de 2014 tinha sido difícil. Em 2015, tivemos 3 mil novas contas e chegamos a quase 10 mil clientes”, fala. O crescimento de 2014 para 2015 no Ebitda foi de 35%. Para este ano, a expectativa é manter a margem em torno de 30%.