Os sócios-diretores Arthur Abrami, Apollo 9 e Maurício Herszkowicz

 

A Punks S/A surgiu em São Paulo no final do ano passado como uma provedora e licenciadora de conteúdo musical, ligada à norte-americana Jingle Punks, criada em 2008. Passados alguns meses e trabalhos, a joint venture dos sócios-diretores Arthur Abrami, Maurício Herszkowicz e Apollo 9 já vislumbra a expansão para outros estados do país. O seu trabalho é intermediar o diálogo entre a indústria de comunicação e os artistas, facilitando o contato. No portfólio, a empresa conta com trabalhos para a Africa, como a websérie da preparação do atleta Anderson Silva, com patrocínio da Budweiser, na primeira ação da marca no país, para a edição do UFC 134, no Rio de Janeiro; além da DCS, com campanha para a Olympikus, e da Neogama/BBH, para o TIM Infinity.

Nos Estados Unidos, a Jingle Punks tem, entre seus clientes ABC, HBO, Fox, JWT e ESPN. É ainda fornecedora musical da Viacom. Em sua fase de expansão, a Jingle Punks abriu escritórios em 2011 em Los Angeles, Toronto, Londres e Austrália. A China será o próximo país a contar com uma unidade. Atualmente são cerca de 80 mil músicas no acervo, todas originais e de várias partes do mundo. “É um processo demorado porque há seleção das músicas, filtragem dentro da análise de qualidade e também se colocam tags para indicar o que cada peça significa”, explica Maurício Herszkowicz, sobre as músicas que ingressarão no sistema, o Jingle Player, ondeos interessados podem fazer consultas sobre as músicas pelo estilo ou usando referências das bandas. 70% das músicas que a norte-americana Jingle Punks recebe, por exemplo, são reprovadas. Por ora, o portfólio nacional tem 150 músicas – a Punks já recebeu 800 músicas para análise.

A Punks S/A abriu as portas em outubro. Agora, porém, é que a empresa começa a sua fase de captação de bandas para aumentar o conteúdo nacional. Para isso, se valerá de anúncios, redes sociais e irá desenvolver o sistema de representantes comerciais, possivelmente um em cada região do país. O formato ainda é mantido em sigilo. “É a primeira vez que uma banda independente consegue achar meio de aparecer, ser remunerada, ter uma exposição legal e ainda ganhar dinheiro, sem ter que pagar jabá”, comentou Herszkowicz. Isso faz parte da estratégia de “ser um agente central em solução de música brasileira”. “Isso é atraente porque os canais precisarão deste conteúdo brasileiro relevante e autêntico”, afirma Herszkowicz, sobre as oportunidades observadas para exportação de músicas brasileiras com os eventos esportivos à frente.

Com as iniciativas, os executivos esperam ver a operação brasileira “bombando” até agosto. Dentro do campo de visão da empresa, está o objetivo de ser o agente para o portfólio de música latina da Jingle Punks, o que deve ficar para o próximo ano, segundo os executivos. “Este ano é Brasil, até porque o país está crescendo bastante. Estamos acompanhando esta expansão”, afirma Arthur Abrami. A partir de 2013, a Punks deve começar os trabalhos pela Argentina. Para a indústria de comunicação, os executivos afirmam que o modelo desponta como um facilitador, oferecendo agilidade na busca de conteúdo, qualidade e referências a grandes bandas, sem precisar do mesmo investimento. Nesses meses iniciais, a maior fatia da receita da Punks provém do mercado publicitário.

Eles querem ganhar espaço nos veículos de comunicação, mercado que está entre os melhores para Jingle Punks, nos Estados Unidos. “Tudo que é conteúdo multimídia é cliente potencial para a Punks”, contextualiza Abrami.